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Superação: ela venceu o câncer de mama! Outubro Rosa
27 de outubro de 2015
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Foto: reprodução/Facebook
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Por Ninna Crot, para o SoNotíciaBoa

A vitória contra o câncer tem que ser comemorada!

“Depois de uma cirurgia, três meses de quimioterapia e 30 sessões de radioterapia ouvi do oncologista que não tenho mais nenhum traço da doença e que em algumas semanas estarei totalmente recuperada do tratamento! “

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A boa notícia foi dada à jornalista paulistana Lilian Calil, de 48 anos.

Em meados de 2013, ela  descobriu de que talvez pudesse estar com câncer de mama. A confirmação  veio com o resultado de uma biópsia em dezembro.

No dia 30 ela entrou em cirurgia e no dia 31 teve alta. Conseguiu passar o ano novo com o marido e com a filha.

A boa nova de que venceu a doença veio recentemente, perto do Outubro Rosa, uma campanha muito importante, já que o câncer de mama é o que faz maior número de pacientes – e que descobrir a doença cedo possibilidade maiores chances de cura.

Dados da GLOBOCAN (Internacional Agency for Research on Cancer) mostram que 67 mil mulheres estavam acometidas de câncer, em 2012, e 17 mil delas morreram . O risco de contrair o câncer é de 1 para cada 8 mulheres.

Superação

A história de Lilian Calil é inspiradora principalmente pra quem atravessa esse momento de provação.

A luta da jornalista não foi fácil.  Ela deu um depoimento emocionado sobre essa história de superação:

Receber o diagnóstico de câncer é altamente devastador, lembro que até a respiração ficou difícil, não conseguia comer, água só em pequenos goles e a tensão dos músculos gerava desconforto nos movimentos. Mesmo para quem perdeu cedo tantos familiares e que passou uma semana na UTI na adolescência, o choque foi grande, nada tinha me preparado para aquilo, a notícia retumbava acompanhando as batidas do coração: câncer, câncer, câncer….

Pedi a Deus para que ele me mostrasse o que deveria fazer. Fui ao IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer com a cara e coragem ( pelo menos o fiozinho que resistia ). Ai é que os caminhos divinos foram se mostrando cada vez mais fortes: uma médica que já tinha acabado o plantão aceitou me consultar sem nem saber da gravidade do caso, topou me operar naquele mesmo mês.

Operei dia 30 e com alta dia 31 de dezembro. Depois de 16 dias, cerca de 50% do meu cabelo, que já havia sido cortado bem curto.  Dava saltos ornamentais para fora da cabeça. As falhas eram tantas que adotei uma peruca ( desisti dos lenços em público quando percebi que afugentava algumas pessoas. Tem gente que nem pronuncia a palavra câncer) e naquele momento não queria lidar com isso. A quimioterapia diminui a imunidade e veio a primeira infecção. Na segunda, contrariando a expectativa de diminuição da reação, tive uma rara e gravíssima crise, mas os médicos controlaram o que eles chamaram de encaminhamento para iminente parada cardíaca. Nessa hora você pensa que realmente dessa vez foi por pouco.

Diante disso, substituíram o coquetel e fui para a famosa quimio vermelha. Cogitei não fazer a última quimio, avaliei se o tratamento não estava acabando comigo mais rápido que o câncer…porém cheguei à conclusão que se fosse para morrer, seria batalhando pela vida! Algumas das maiores lições de vida verifiquei em quem enfrenta a morte diariamente.

Dizem que as pessoas somem quando você está na pior, mas tive a gratidão de comprovar o contrário (e alguém com câncer e desempregada está bem por baixo). Por uma coisa tão ruim, fui contemplada com muito amor, amizade e consideração, num grau que jamais poderia imaginar. Ofertas de ajuda e até para acompanhamento ao hospital, consultas e quimioterapia (gente, olha que programa), um suporte maravilhoso que me deu alicerce para enfrentar esta turbulência.

Se estou falando que foi até bom passar por isso? O que estou afirmando é que podemos ter o mais lindo aprendizado na mais difícil das lições e ainda que com as naturais derrapadas é possível viver com felicidade, mesmo na maior das adversidades.

Lilian encerra seu depoimento com algumas conclusões:

Porque estou me contando tudo isso? Tenho vários motivos:

  • Por gratidão e retribuição- se hoje tenho uma possibilidade de recuperação da doença foi por descobrir cedo, alertada por pessoas próximas que a enfrentaram.
  • Outubro Rosa – me sinto no dever de registrar minha experiência no mês da campanha que marca a luta contra o câncer de mama.
  • Terminar o capítulo– encerrar o parágrafo, concluir e virar a página, ficar de olho no conteúdo do passado mas focar em escrever o presente e o futuro.
  • Compartilhar o reconhecimento da constante presença de Deus neste processo.

É claro que também me perguntei “Porque eu?”, há quem diga que é carma e li um artigo que fala que pessoas com muitas perdas ou raiva metabolizam… talvez seja assim ou apenas que coisas ruins fazem parte da vida e que podem acontecer para qualquer um.

Se tudo foi totalmente superado? Estou com o prognóstico de 90% de chance de cura, o que é muita coisa. Além do mais, não tem como alguém passar por essa experiência e não redirecionar a vida, com a duração de um dia, ou de muitos anos. Quem sabe, em breve voltar a trabalhar, corrigir alguns caminhos, pegar uma praia, ter um jantar romântico, coisas simples que muitas vezes não conseguimos aproveitar com intensidade. E o mais importante: prometi para Deus que se alcançasse esta etapa daria meu depoimento público, recebi a cota e agora estou fazendo a minha parte, afinal, acordo é acordo.

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