Alunos usam tapa-olho para apoiar colega de escola
Veja que ideia bacana teve uma professora para evitar o bullying e fazer as crianças aceitarem as diferenças de um coleguinha.
Em solidariedade a um aluno que terá que usar tapa-olho durante três meses, a professora Fabiana Marques Dourado incentivou os estudantes da Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante, a 20 km de Brasília, a passarem um dia com adesivo em um olho.
A intenção foi evitar que Murilo Gotardo, de 8 anos, sofresse se sentisse envergonhado, ou fosse zombado pelos colegas.
A mãe, Sisley Silva, conta que o menino tem hipermetropia e foi preciso utilizar o tampão para estimular o olho esquerdo.
“O oftalmologista considerou o caso do meu filho como ‘olho preguiçoso’, que refere-se ao desvio ou ao desalinhamento de um olho.
História
O caso ocorreu na última quarta-feira (18) e os estudantes fizeram desenhos para representar a brincadeira.
A ideia deu tão certo que estudantes de outras turmas também quiseram utilizar o tapa-olho para incentivar Murilo.
“Os alunos das outras salas ficaram curiosos e queriam saber por que nossa turma estava com o tampão. Expliquei e eles entenderam, acharam legal e ainda querem usar depois”, contou a professora.
“A atitude ajudou muito o Murilo a aceitar o uso [do tapa-olho]. Ele estava muito receoso com as reações que os colegas poderiam ter. Toda mãe tem medo que o filho seja alvo de bullying. Porém, ele chegou em casa muito feliz e contando para todo mundo. Ele está muito receptivo com o tapa-olho”, comemora Sisley Silva, mãe de Murilo.
Como
Professora há quatro anos na escola, Fabiana Marques ministra aulas para a 2° série do ensino fundamental.
Ela conta que conversou com a turma, de 19 alunos, sobre a necessidade do colega de utilizar o tapa-olho. Quase todos toparam participar da brincadeira.
“Conversei com a mãe do Murilo e ela enviou uma caixa com os tampões para usarmos. A experiência foi gratificante porque meu objetivo foi alcançado. Foi maravilhoso ver a alegria dele e o respeito dos colegas. Acredito que com a brincadeira evitamos comentários ou brincadeiras desagradáveis”, diz Fabiana.
Fiquei muito emocionada quando vi os colegas e a professora usando o tampão também”, disse a mãe de Murilo.
Bullying é crime
A lei 4.837, sancionada pela Câmara Legislativa em 2012, define bullying como violência física ou psicológica intencional e continuada “com o objetivo de agredir, intimidar, humilhar, causar sofrimento e dano físico ou moral à vítima”.
Casos devem ser denunciados à direção da escola, na Secretaria da Educação, no Conselho Tutelar, no Ministério Público ou na Polícia Civil.
Com informações do G1