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Castanha-do-pará melhora desempenho de pessoas com Alzheimer
7 de janeiro de 2016
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Foto: shutterstock|
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A nutricionista Bárbara Cardoso, 31 anos, doutora em Nutrição Experimental, descobriu que a castanha-do-brasil (mais conhecida como castanha-do-pará) ajuda a melhorar o desempenho cognitivo de pacientes com Alzheimer.

Bárbara estuda os efeitos do mineral selênio na prevenção do Mal de Alzheimer e o selênio está presente em grande quantidade na castanha-do-pará.

Com sua pesquisa, Bárbara venceu o Prêmio Jovem Cientista de 2015, na categoria Mestre e Doutor.

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Como

Para demonstrar como o selênio pode atuar no combate ao Alzheimer, é preciso entender o estresse oxidativo – processo diretamente ligado às doenças neurodegenerativas.

Quando os nutrientes dos alimentos são transformados em energia pelo organismo, essa ação gera radicais livres que podem danificar células sadias.

Em condições normais, o corpo consegue controlar o nível destes radicais. Com o avanço da idade, porém, o sistema antioxidante fica menos efetivo.

Como consequência, o estresse oxidativo afeta as sinapses, a neurotransmissão, a circulação e o metabolismo e, assim, os sistemas motor e sensorial, a memória e o aprendizado também ficam comprometidos.

Uma das características do Mal de Alzheimer é justamente o estresse oxidativo e o selênio desempenha função essencial como constituinte de enzimas antioxidantes, exercendo importante papel na manutenção das funções cerebrais.

Resultado

No início do estudo e após os seis meses, todos os participantes foram submetidos a uma bateria de testes cognitivos, conduzidos por um neuropsicólogo, e a uma coleta de sangue para avaliar todos os parâmetros bioquímicos.

“Comprovar que o desempenho dos participantes nos testes cognitivos melhorava após a intervenção foi muito motivador. Foi uma alegria muito grande ver que a intervenção alimentar tinha efeito clínico, além de melhorar a deficiência de selênio”, revela a pesquisadora.

Atualmente, Bárbara dá continuidade à pesquisa no The Florey Institute of Neuroscience and Mental Health, o centro de pesquisa neurológica da Universidade de Melbourne, na Austrália.

“Pretendo continuar estudando a relação do selênio e de outros minerais nas doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. Faz parte do meu plano realizar parcerias com laboratórios com expertise na área, para que consigamos avançar em benefício da população”.

Bárbara Rita Cardoso - Foto: Divulgação/Prêmio Jovem Cientista
Bárbara Rita Cardoso – Foto: Divulgação/Prêmio Jovem Cientista

Pesquisa

Durante o Mestrado na Universidade de São Paulo (USP), Bárbara avaliou o estado nutricional em relação ao selênio em idosos com Doença de Alzheimer e observou que esses pacientes apresentavam uma deficiência muito grave do mineral.

“A partir disso, decidimos fazer a intervenção com a castanha-do-brasil, a fonte de selênio mais importante em pacientes que, embora não tivessem Alzheimer ou outro tipo de demência, já tinham alterações cognitivas, o que representa um risco maior de desenvolver essas doenças”, explica.

“Pacientes com Declínio Cognitivo Leve não vão necessariamente desenvolver outras enfermidades, mas a chance de que evoluam para o Alzheimer, por exemplo, é de 40%”, diz.

Durante seis meses, dois grupos de idosos foram estudados: um consumia uma unidade de castanha-do-brasil por dia e o outro não fazia uso de nenhum suplemento alimentar.

“Recrutamos idosos que frequentavam o Ambulatório de Memória do Idoso, em São Paulo, e que eram diagnosticados com Comprometimento Cognitivo Leve. Os participantes eram divididos aleatoriamente, por sorteio, entre o grupo controle, que não recebeu nenhuma intervenção, e o grupo que recebeu a castanha. Esse grupo ganhava pacotinhos com 60 castanhas a cada dois meses, assim controlávamos a adesão à pesquisa”, conta.

 

Com informações da Época

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