Cientistas dizem ter evidências de um novo planeta gigante no Sistema Solar. Ele teria 10 vezes o tamanho da Terra.
Em um estudo publicado no periódico Astronomical Journal, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) dizem terem encontrado “evidências sólidas” de um nono planeta, com órbita estranhamente alongada para este tipo de corpo celeste, na periferia do Sistema Solar.
Apelidado de “Planeta Nove”, ele ainda não foi visto, ou seja, então não é possível ter certeza de sua existência.
Mas as pesquisas indicam que tem uma massa dez vezes superior à da Terra e orbita o Sol a uma distância média 20 vezes superior à de Netuno, que fica localizado, em média, a 4,48 bilhões de quilômetros do Sol e é considerado atualmente o mais longínquo do Sistema Solar.
Quanto à distância média da Terra em relação ao Sol, a distância do novo planeta seria 597 vezes superior. Por isso, esse aparente novo planeta levaria entre 10 mil e 20 mil anos terrestres para realizar uma única órbita completa em torno do Sol.
Os pesquisadores Konstantin Batygin e Mike Brown se depararam com as primeiras pistas do “Planeta Nove” em 2014 e, desde então, usaram modelos matemáticos e simulações de computadores para chegar às conclusões de sua pesquisa. No entanto, ainda não conseguiram observá-lo diretamente.
“Só dois planetas foram descobertos desde os tempos antigos. Este seria o terceiro”, disse Brown, em comunicado da Caltech. “É uma porção significativa de nosso Sistema Solar que ainda precisa ser descoberta. É muito empolgante.”
Plutão
Desde o rebaixamento de Plutão, em 2006, o Sistema Solar passara a ter não mais nove, mas oito planetas. No entanto, a suposta existência desse novo planeta gigante pode fazer com que o número de planetas volte a ser o que se pensava.
O cientista ressalta que o novo planeta tem 5 mil vezes a massa de Plutão e, por isso, seria suficientemente grande para que sua classificação como planeta seja indiscutível.
Fenômenos
Segundo os autores do estudo, a existência do “Planeta Nove” ajudaria a explicar uma série de fenômenos misteriosos que ocorrem com um conjunto de objetos congelados e destroços localizados além de Netuno, conhecido como Cinturão de Kuiper.
“A princípio, estávamos céticos de que este planeta poderia existir, mas continuamos a investigar sua órbita e o que isso significaria para a periferia do Sistema Solar e ficamos cada vez mais convencidos de que ele existe”, diz Batygin, coautor do estudo.
“Pela primeira vez em mais de 150 anos, há evidências sólidas de que o censo planetário do Sistema Solar está incompleto.”
Com informações da BBC