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DF usa bactéria antiga para matar larvas do Aedes Aegypti
22 de janeiro de 2016
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Foto: Jéssica Nascimento/G1
Foto: Jéssica Nascimento/G1

O Distrito Federal começou a usar esta semana um larvicida biológico que usa uma bactéria para matar as larvas do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, do chikungunya e do zika vírus.]

O detalhe é que o produto está pronto para utilização em larga escala há quase dez anos.

A fórmula criada no Brasil foi registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006, mas nunca foi usada de forma sistemática no país.

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Onde usar

O produto pode ser aplicado em caixas d’água, piscinas, ralos, vasos de plantas e em qualquer ambiente doméstico, incluindo reservatórios de água potável. A compra só pode ser feita, no entanto, por governos ou empresas especializadas, e não pelo consumidor comum.

O larvicida tem como “princípio ativo” o Bacillum thuringiensis israelense (BTI), uma bactéria inofensiva para humanos e animais domésticos, mas letal para o mosquito.

Quando a larva do Aedes come essa bactéria na água limpa e parada, recebe quatro toxinas que causam paralisia generalizada e matam o vetor.

Embrapa

A versão brasileira, criada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a empresa nacional Bthek, traz um bacilo em uma solução líquida. Ela é vendida pelo nome comercial “Bt-Horus” e custa cerca de R$ 60 por litro.

O Ministério da Saúde informou ao G1 que só pode incluir um produto no Programa Nacional de Combate à Dengue se ele obtiver registro na Organização Mundial de Saúde (OMS).

Essa restrição se aplica, segundo a pasta, porque a aquisição é feita por licitação internacional, com verbas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O ministério diz analisar, “além da segurança e da eficácia, o custo-efetividade, o impacto epidemiológico esperado, o protocolo e estratégia de utilização do produto e o impacto orçamentário que será produzido”.

Testes

Em 2007, o produto foi testado pela Embrapa e pela Bthek em São Sebastião, no DF, com resultados acima dos esperados pela equipe.

O índice de infestação, medido pelo número de focos encontrados a cada cem casas inspecionadas, passou de 4 para 1 após a aplicação do bacilo. De “risco iminente de epidemia”, o índice caiu para “aceitável”, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde.

A Embrapa afirma que tem como missão “viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, e que a criação de políticas públicas e aplicação de alternativas cabe ao Executivo.

Aplicação

Depois do teste bem-sucedido em São Sebastião, o produto sumiu dos protocolos distritais até a última segunda-feira (18), quando o governo anunciou o recebimento de 600 litros do larvicida. A carga foi doada pela União Química, empresa brasileira que comprou a Bthek.

O subsecretário de Vigilância em Saúde do DF, Tiago Coelho, afirma que a estratégia foi “revisitada” em função do aumento da ameaça causada pelo Aedes aegypti, que passou a transmitir a chikungunya e o zika vírus.

“Os instrumentos que estávamos utilizando para conter a dengue estavam se mostrando ineficientes. O controle químico, por inseticida e larvicida, e o ambiental, com retirada de entulho e água parada”, diz.

Desta vez, a aplicação do BTI será feita apenas pelos agentes autorizados da Secretaria de Saúde, e não pela própria população, como em 2007.

Nova tentativa
O gerente de produção da Bthek e da divisão de biotecnologia da União Química, José Eduardo Sacconi Nunes, diz que a aplicação do BTI no DF vai funcionar como um “segundo projeto piloto”, em uma tentativa de reinserir o larvicida no mercado.

Desde 2010, segundo ele, nenhum governo municipal, estadual, distrital ou federal adquiriu o produto, de modo contínuo, para o combate à dengue.

Vendas

Os governos locais e a própria União podem comprar o Bt-Horus diretamente do fabricante mas, para isso, não podem contar com as verbas da Opas.

Com informações do G1

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