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Radiação deixa mosquito do Zika estéril: ovos não vingam
18 de fevereiro de 2016
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Foto: Reuters
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Uma tecnologia que esteriliza mosquitos com exposição à radioatividade é uma nova arma dentro dos esforços para combater o Aedes aegypti, vetor de transmissão dos vírus da dengue, chikungunya e zika no Brasil.

A proposta vêm do órgão das Nações Unidas que coordena energia nuclear, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e deverá ser debatida em um encontro em Brasília nos dias 22 e 23 deste mês.

A agência da ONU está oferecendo a transferência de conhecimento e espera ver a aplicação da técnica dar resultado dentro de um ano após sua adoção, disse o vice-diretor da organização e chefe do departamento de Ciências Nucleares e Aplicações, o brasileiro Aldo Malavasi, à BBC.

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Como

Na esterilização proposta pela AIEA, os mosquitos machos do Aedes aegypti são expostos à radiação eletromagnética ionizante de raios gama.

A radiação danifica aleatoriamente o material genético contido no sêmen do inseto, gerando infertilidade. Quando os machos irradiados acasalam com as fêmeas, os filhotes gerados são ovos que não vingam.

“Os insetos são normais no seu comportamento, só que o esperma não é normal, ele tem pedaços quebrados. Quando o óvulo da fêmea recebe o esperma, o embrião não consegue se desenvolver e esses óvulos são maculados”, explicou Jorge Hendrichs, chefe do departamento de controle de pestes da AIEA.

Testes

A tecnologia está sendo testada em Fernando de Noronha pela Fiocruz Pernambuco e pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Já foram liberados 27 mil mosquitos na ilha. Com o uso da técnica em testes de laboratório, apenas 30% dos ovos dos mosquitos se tornaram larvas.

Os pesquisadores, agora, querem saber se esta diminuição se repetirá na natureza.

Uma pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP também iniciou testes com a tecnologia em 2012, mas foi interrompida por falta de verbas.

Segundo o pesquisador Valter Arthur, coordenador da pesquisa, ela será retomada neste ano, após aumento do interesse no tema devido à associação apontada entre zika e malformações em bebês.

O método é uma alternativa que faz parte do conceito SIT (Sterile Insect Technique, ou Técnica dos Insetos Estéreis).

O SIT é uma definição abrangente, que engloba várias técnicas de esterilização, que em comum empregam a estratégia de combater uma população “inundando” o meio ambiente com indivíduos estéreis.

A AIEA possui há anos um programa em conjunto com a FAO, agência da ONU para alimentação, para desenvolver aplicações de radioatividade contra pragas rurais.

Com informações da BBC

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