Eduardo Suplicy, um político que nasceu em berço de ouro e nunca teve seu nome envolvido em falcatruas, cumpriu promessa e devolveu esta semana R$ 176,2 mil à Prefeitura de São Paulo.
O valor representa a soma de todos os salários que o ex-senador e agora ex-secretário municipal de Direitos Humanos, recebeu do Município desde que assumiu o cargo, em fevereiro do ano passado.
Em um post no Facebook o petista afirma que a quantia será repassada ao recém-criado Fundo Municipal de Cidadania.
O programa prevê o pagamento de uma espécie de bolsa a todos os cidadãos, que passariam a participar oficialmente da distribuição das riquezas produzidas na região que vivem.
A doação de Suplicy pretende financiar a implementação da Renda Básica de Cidadania em São Paulo, um projeto idealizado e defendido pelo petista há pelo menos 12 anos, quando a lei que instituiu a iniciativa no Brasil foi aprovada pelo Senado Federal.
Promessa cumprida
Suplicy prometeu devolver seus rendimentos como secretário no mesmo mês em que assumiu o cargo.
A decisão foi tomada depois de reportagem do Estadão mostrar que a soma do salário pago pela Prefeitura (R$ 19,2 mil) e da aposentadoria como senador (R$ 33 mil) daria a Suplicy um rendimento mensal de R$ 52 mil – valor acima do teto do funcionalismo público, que é o subsídio de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), fixado hoje em R$ 33,7 mil.
Com a divulgação, o petista anunciou que devolveria seus vencimentos para a própria Prefeitura – ele não pôde simplesmente abrir mão do salário porque, segundo o Município, não é possível trabalhar para a administração sem receber por isso.
Suplicy deixou o cargo na semana passada para concorrer, nas próximas eleições, a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo.
Antes de tornar-se senador, o petista já foi eleito vereador da cidade. Em 1998, com 201.549 votos, foi o candidato mais votado.
Com informações do Estadao