Pesquisadores da Northwestern University surpreenderam a área médica com o anúncio de resultados positivos no implante de próteses de ovários impressas em 3D em ratos de laboratório.
Eles tiveram seus ovários removidos e substituídos pelas próteses. Depois do implante o ciclo menstrual voltou ao normal, com geração de filhotes saudáveis.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na semana passada durante a reunião anual da Sociedade de Endocrinologia em Boston-EUA.
“Embora o estudo tenha sido feito em camundongos, desenvolvemos este implante com possibilidade de aplicação em humanos. A expectativa é positiva”, afirma a principal autora da pesquisa, Mônica Laronda, destacando que chegou a hora de repensar o tratamento de fertilidade.
Agora estão previstos testes para humanos. Se forem bem sucedidos, a prótese será capaz de estender o tempo de vida reprodutiva feminina por décadas.
Além disso, poderá também restaurar a fertilidade e funções hormonais de mulheres que não podem gerar devido a problemas ovarianos.
O problema
De acordo com o órgão regulador de endocrinologia, 1,5 milhões de mulheres nos Estados Unidos são inférteis. As causas são muitas, mas cerca de um quarto de todos os casos são devidos a função irregular ou anormal dos ovários.
Os ovários são órgãos centrais para reprodução feminina porque eles liberam óvulos que, uma vez fertilizados, desenvolvem embriões.
Os ovários também atuam como condutores, liberando hormônios que orquestram todo o sistema reprodutivo para funcionar como uma unidade dinâmica para manter a fertilidade. É um sistema altamente complexo e frágil que, às vezes pode dar errado.
Segundo a pesquisadora, fatores ligados à idade da mulher atribuem “prazo de validade” para os óvulos e, consequentemente para o sistema reprodutor feminino. Ainda há casos de crianças que passam por tratamento de câncer e podem ter seus hormônios alterados e sistema reprodutor afetado.
“Esperamos que o implante da prótese ajude a restaurar a qualidade de vida dessas mulheres, estendendo, inclusive, sua vida fértil”, pondera Laronda.
Ovário Policístico
Para mulheres que sofrem com a Síndrome do Ovário Policístico, que afeta a fertilidade, Mônica Laronda destaca que a prótese teve aceitação completa no organismo dos camundongos e afirmou que em humanos, o uso da tecnologia de células-tronco poderá diminuir as chances de rejeição dos implantes.
“O fato de que foram formados vasos sanguíneos ao redor do implante ficou evidente. Muitas vezes precisamos adicionar substância para controlar esse processo, o que pode causar efeitos colaterais e outras complicações. Contudo, essa técnica de fabricação das próteses em impressoras 3D ignora desobriga o tratamento com medicamentos e pode influenciar os futuros trabalhos sobre a substituição de tecidos moles”, afirma a pesquisadora.
Com informações do Singularityhub
Tradução: Rodrigo Lins /Correspondente SNB nos EUA