Outra tentativa de vencer a Aids,

Foi apresentando nesta terça-feira, 17, o anel vaginal, similar ao anel vaginal anticoncepcional. Ele libera pouco a pouco um remédio antirretroviral e pode ser usado para a mulher controlar sua saúde inclusive para evitar o contágio em caso de estupro.

“O mais importante é que o anel pode ser usado sem o consentimento do homem e que as mulheres terão a opção de escolher por elas mesmas”, disse à Agência Efe a ativista de direitos humanos sul-africana Yvette Raphael.

O produto, que ajuda a prevenir a transmissão do vírus, pode se transformar na esperança de milhões de mulheres que vivem sob alto risco de contágio, especialmente nos países mais pobres.

O anel vaginal foi apresentado pela Associação Internacional para os Microbicidas (IPM, em inglês), um entidade sem fins lucrativos que participa da conferência internacional Womem Deliver.

“Embora muitos falem que o fim da epidemia está perto, a batalha ainda não terminou. As mulheres seguem se infectando a níveis muito altos na África Subsaariana”, explicou à Agência Efe a diretora-executiva da IPM, Zeda Rosenberg, que precisou que seis de cada dez afetados desta região são mulheres.

O Anel

O anel é de silicone. Ele é colocado na vagina e deve ser substituído a cada quatro semanas.

O produto pretende ajudar a conter a epidemia na região da África, onde as mulheres de entre 15 e 24 anos têm o dobro de possibilidades de contrair HIV do que os homens.

Após realizar vários experimentos na África Subsaariana para demonstrar sua efetividade, o anel está agora sob um novo estudo – cujos resultados serão revelados a partir de julho – como passo prévio a conseguir a aprovação regulatória que permita sua comercialização.

“O seguinte passo é que as mulheres que necessitam tenham o anel vaginal em suas mãos. Se tudo ocorrer perfeitamente, podemos tê-lo no mercado no final de 2018. Nosso objetivo é que o preço esteja abaixo dos US$ 5 por unidade”, explicou Rosenberg.

Um dos principais desafios, explica, é trabalhar lado a lado com as comunidades locais, explicar as vantagens do novo fármaco e conseguir sua aceitação porque, sem ela, poucas jovens se atreverão a usá-lo.

Por isso, a IPM trabalha com ativistas, que vão a campo para apresentar o anel vaginal como uma opção a mais para se proteger contra o HIV, lembrando que não deve ser um substituto, mas um reforço a outros métodos como os preservativos.

Pesquisa

Desde 2012, a IPM realizou diferentes estudos nos quais participaram mais de 2.600 mulheres de entre 18 e 45 anos com alto risco de contágio na África do Sul, Uganda, Zimbábue e Malawi e que provaram que este método permitiu reduzir os contágios até 56% em mulheres maiores de 21 anos.

Além dos desafios científicos, o grande desafio para desenvolver este anel vaginal foi o financiamento, já que cada vez é mais difícil conseguir aliados -especialmente quando se tenta métodos de prevenção- perante o grande número de pesquisas que ocorrem atualmente.

No entanto, o projeto conta com o apoio de algumas grandes companhias e de governos como o da Dinamarca.

“Infelizmente a pesquisa tem cada vez menos interesse para os doadores. Por isso decidimos investir no anel vaginal, porque queremos fazer tudo o que for possível para tentar conter a epidemia da Aids”, afirmou a principal assessora de saúde no Ministério dinamarquês de Relações Exteriores, Sanne Helt.

Com informações da AgênciaAids