O Brasil contra a Aids.
O Ministério da Saúde pretende incluir o Truvada — nome comercial do remédio de uso contínuo que pode impedir a infecção por HIV — à lista dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A distribuição começa no começo do ano que vem. O medicamento já foi aprovado pela Anvisa, mas ainda não foi incorporado no Brasil. Cerca de 10 mil pessoas devem receber a droga preventiva em 2017.
O anúncio foi feito esta semana durante uma apresentação da diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, na Conferência Internacional de Aids, em Durban, na África do Sul.
O remédio
O Truvada — ou Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) —, quando tomado diariamente, pode zerar o risco de contágio mesmo no caso de sexo sem camisinha com um soropositivo.
O remédio bloqueia, de antemão, a possibilidade de que o vírus ultrapasse as membranas celulares do organismo, se reproduza e atinja a corrente sanguínea do paciente.
Mas atenção: o Truvada não protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis, por isso a camisinha continua sendo necessária, o chamado sexo seguro.
“Estamos fazendo estudos de aceitabilidade dos usuários e do funcionamento no SUS para incorporar na política pública”, afirma Fábio Mesquita, do Ministério da Saúde.
Na prática clínica, os médicos afirmam que há alguns casos em que o Truvada seria o medicamento ideal.
“Pessoas que têm muitos parceiros e dificuldades de não se colocar em risco acabam recorrendo muitas vezes à PEP (Profilaxia Pós-Exposição).
A indicação para eles seria um tratamento preventivo”, afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas.
Nenhum país do mundo inclui o Truvada em sua política pública de saúde.
Nos Estados Unidos, na Tailândia e na Malásia, o uso do remédio já foi liberado, e o remédio é vendido regularmente.
Nota divulgada pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais prepara um protocolo clínico de PrEP que será encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec) até o final desde ano.
Com informações do G1