Uma estudante de 25 anos da Austrália criou uma forma de acabar com superbactérias, resistentes a medicamentos, sem necessidade de usar remédios. Ela faz com que as bactérias se matem entre si.
Shu Lam faz doutorado na Universidade de Melbourne.
A novidade já está sendo saudada por cientistas do campo como “uma descoberta que poderia mudar a face da medicina moderna”. A pesquisa foi publicada na revista Nature Microbiology.
Segundo Lam, é possível usar um polímero em forma de estrela que pode matar bactérias.
Sua invenção foi eficaz em exterminar seis estirpes de superbactérias diferentes sem o uso de antibióticos, simplesmente rasgando suas paredes celulares.
“Nós descobrimos que os polímeros alvejam e matam as bactérias de várias maneiras”, disse Lam ao portal The Telegraph.
“Um dos métodos é quebrando a parede celular das bactérias. Isso gera muito estresse sobre elas e faz com que comecem a matar-se”.
SNAPPS
Os polímeros – “polímeros peptídeos antimicrobianos estruturalmente projetados com nanoengenharia” ou SNAPPS – funcionam penetrando, atacando e desestabilizando a membrana celular das bactérias.
Ao contrário dos antibióticos, que também podem afetar células saudáveis , os SNAPPS são tão grandes que não parecem afetá-las.
“Estamos falando de uma diferença de escala entre um rato e um elefante”, disse Greg Qiao, que participou da pesquisa, ao Sydney Morning Herald. “As grandes moléculas não podem entrar nas células saudáveis”.
Testes
Por enquanto, a nova abordagem só foi testada em células em laboratório e em ratos, mas poderia oferecer uma solução incrível para esse problema tão grave que a Organização das Nações Unidas já o declarou uma “ameaça fundamental” para a saúde mundial.
Até agora, a equipe só testou seus polímeros em seis estirpes de bactérias resistentes a medicamentos em laboratório, e em uma superbactéria em ratos vivos.
Em todos os experimentos, os SNAPPS foram capazes de matar seus alvos e, geração após geração, as bactérias não parecem desenvolver resistência aos polímeros.
Paciência
Antes de nos empolgarmos demais, no entanto, vale lembrar que ainda é muito cedo para saber se a técnica vai funcionar com seres humanos.
A abordagem ainda está muito longe de aplicações clínicas.
Porém, o que é mais impressionante sobre o novo projeto é que, enquanto outras equipes de pesquisa estão à procura de novos antibióticos, Lam encontrou uma solução completamente diferente, que pode fazer toda a diferença na chamada “era pós-antibióticos”.
Com informações da ScienceAlert