Aos poucos o eleitor brasileiro vai vencendo seu preconceito contra os indígenas, ao menos na política. Nestas eleições, 6 índios foram eleitos prefeitos.
O mais bem votado, de acordo com dados do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, é de Pernambuco: Rossine Blesmany dos Santos Cordeiro, do PSD, teve 12.454 votos.
O Acre também elegeu seu prefeito indígena, o primeiro da história do Estado – que tem eleições desde 1963 – a assumir a cadeira da prefeitura.
Isaac Piyãko, do PMDB, foi eleito com 56,52% dos votos em Marechal Thaumaturgo. Ele foi o quinto mais bem votado entre os candidatos indígenas eleitos no país, com 4.094 votos válidos.
O coordenador do Centro de Antropologia da Universidade Federal do Acre (Ufac), Jaco Cesar Piccoli, avaliou a eleição como um “avanço” para os povos indígenas.
O indígena teve 4.094 votos contra o candidato Aldemir Lopes, do PT, que teve 3.150 votos.
Preconceito
Isaac Piyãko disse que conseguiu vencer pelo projeto que apresentou e pelo apoio das pessoas. E que entrou para a política com intuito de fazer o bem para a sociedade em geral.
“Um índio governar um município e os povos não indígenas é uma alegria e privilégio. Existe muito o racismo e preconceito contra nós indígenas. Acredito que se eu fizer um bom governo, parte desse preconceito será eliminado, mas e se fizer um mau governo, pode continuar existindo esse olhar diferenciado para índios”, afirmou.
“Tentaram usar o fato de eu ser índio contra mim. Falaram que eu iria dividir as terras do municípios para os indígenas e outras coisas, mas eu tentava informar a sociedade e desconstruir essas mentiras”, disse.
O antropólogo Piccoli disse: “É uma vitória do povo indígena que aumenta a presença em instituições do estado brasileiro, nesse caso no município. Esperamos que a gestão seja de qualidade, demonstrando que o indígena tem toda condição de exercer plenamente a participação social e política”, finalizou Piccoli.
Com informações do G1