Um novo exame de mamografia, que não aperta o peito para tirar raio-x, promete ser mais eficaz para detecção do câncer de mama.
Ele está sendo desenvolvido na Holanda, por médicos na Universidade Tecnológica de Eindhoven.Para a alegria das pacientes, o exame não precisa de nenhum apertão. Basta deitar na maca e deixar o peito livre sobre uma “bacia”.As imagens da nova técnica são em 3D e os tumores malignos se tornam mais fáceis de identificar.O nome técnico do novo procedimento, que saiu na revista Nature, é Ultrassom de Contraste Dinâmico Específico.Ele foi inspirado em um outro exame que muito incomoda os homens: o de próstata. Em uma tentativa de substituir o toque, pesquisadores da mesma universidade desenvolveram um método que injeta microbolhas de ar no paciente.
Essas bolhas passeiam pelas veias da próstata e podem ser detectadas pelas ondas de som do exame. Como o câncer tende a formar pequenas veias caóticas, dá para saber onde está o tumor e que tamanho ele tem.
O problema é que o peito é muito grande e malemolente para esse tipo de teste. Por isso, os cientistas precisaram adaptar o método.
O método
Eles perceberam que, com as ondas do ultrassom, essas bolinhas vibram duas vezes: uma na mesma frequência do aparelho de ondas sonoras, e outra vez em frequência duplicada.
A primeira vibração se confunde com a vibração do corpo, e aí os resultados são inconclusivos. Mas a grande descoberta dos cientistas foi que essa frequência secundária, chamada de “segunda harmonia”, é atrasada pelas bolhas de ar.
Essa diferença só é perceptível se você tiver como emitir as ondas de som de um lado e captá-las do outro. Na próstata, isso é impossível. No peito, é extremamente simples.
Testes
Os pesquisadores vão começar os testes clínicos para confirmar se essa vibração secundária consegue, realmente, delinear um mapa detalhado e em 3D do peito.
A estimativa deles é que o equipamento fique pronto para substituir a mamografia daqui a uns 10 anos.
A mamografia atual aperta os seios entre duas placas, tira chapas de raio-x para tentar “fotografar” possíveis tumores, porém muitos resultados são falsos-positivos. Fora a exposição a raios-X.