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Substância de chá da Colômbia estimula formação de neurônios: Alzheimer
11 de dezembro de 2016
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Foto: Eitan Abramovich / AFP
Foto: Eitan Abramovich / AFP

Uma substância encontrada em um chá comum na Colômbia estimula a formação de neurônios e deve ajudar no desenvolvimento de tratamentos contra o Alzheimer.

A substância se chama harmina e foi descoberta por uma equipe de cientistas brasileiros na ayahuasca, a planta base do chá usado nos rituais do santo-daime.

Em 4 dias a substância aumentou a proliferação de progenitores neurais humanos em mais de 70%.

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A pesquisa, realizada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ), foi publicada na semana passada na revista especializada Peer J.

Estudos realizados anteriormente haviam comprovado que a ayahuasca contém efeitos antidepressivos e ansiolíticos, ou seja, que combatem a ansiedade e a depressão.

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Na experiência, os pesquisadores expuseram células com capacidade de se transformarem em estruturas neurais humanas à substância.

“Nós criamos (em laboratório) progenitores neurais, ou seja, células humanas que vão dar origem a neurônios. Esse é o grande diferencial do nosso trabalho”, diz Stevens Rehens, um dos autores do projeto e pesquisador do Idor.

Depois de quatro dias, foi descoberto que a substância aumentou a proliferação de progenitores neurais humanos em 71%.

“Colocamos uma quantidade de células em cultura, em uma placa, e expusemos essas células à harmina. Quando realizamos essa exposição, vimos que o nível dessas células aumentou de forma significativa”, explica o cientista.

O resultado instigou a equipe a descobrir como a substância age sobre as células progenitoras.

“Nós usamos uma série de ferramentas bioquímicas e concluímos que ela inibe uma enzima chamada DYRK1A. E o interessante é que essa enzima está extremamente ativada ao mal de Alzheimer e à síndrome de Down.”

Segundo Stevens, o resultado tem grande relevância. “Temos o diferencial de que foi feito com células humanas, e o estudo abre a perspectiva de se estudar a harmina com uma possibilidade de aplicação terapêutica”, considerou.

Para o cientista, isso abre precedentes para que o tema seja mais explorado na comunidade científica.

“Precisamos fazer muito mais estudos nesse sentido. Nós temos uma primeira evidência. É o primeiro tijolinho de um trabalho que busca evidenciar substâncias que, muitas vezes, são proibidas, mas têm um potencial terapêutico que precisa ser estudado”

“Precisamos aumentar esse tipo de pesquisa no país”, completa Stevens. O grupo de pesquisa contou com o apoio financeiro das agências brasileiras de fomento Faperj, CNPq, Capes, Finep, BNDES e Fapesp.

Com informações do CorreioBraziliense

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