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Brasileiro é indicado para “Nobel de Educação”: filtro de água para Mariana
17 de dezembro de 2016
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Foto: arquivo pessoal|
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O professor Wemerson Nogueira, de apenas 26 anos, é um dos 50 finalistas do Global Teacher Prize, considerado o “Nobel da educação”.

A indicação se deve a um filtro que ele desenvolveu com alunos para purificar a água usada pelos moradores da região de Mariana, atingida pela lama podre da barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015, que deixou 19 pessoas mortas e um rastro de destruição desde Minas Gerais até o Espírito Santo.

O filtro

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No início das aulas em 2016, em sua consulta com os alunos da 8ª série da Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, ele percebeu o impacto do rompimento da barragem em Mariana.

“Estamos muito perto de Colatina (MG) e de Linhares (duas das cidades atingidas pela lama que desceu o rio Doce). Os alunos só falavam disso e queriam aulas práticas de Química. Então pensei em levá-los para fazer uma pesquisa científica de campo, em Regência (ES), disse o professor à BBC.

Após fazer parcerias com laboratórios, os alunos fizeram análises de amostras da água do rio Doce para estudar os elementos da tabela periódica – entre eles, os metais pesados encontrados no rio. Um deles teve a ideia de desenvolver um filtro para purificar a água usada pelos moradores.

“É um filtro à base de areia que deixa a água transparente, própria para o uso doméstico e agrícola, porque é 75% potável, com base em uma portaria do Ministério da Saúde”, explica Wemerson.

“Levamos os filtros para a comunidade de Regência, muitos ribeirinhos que não tinham água para nada receberam o filtro. Agora ele está sendo replicado em diversas comunidades e ficou conhecido nacionalmente. Nós fomos a primeira escola pública a tomar uma atitude em prol das 3 milhões de pessoas afetadas pela tragédia do Rio Doce.”

O projeto “Filtrando as lágrimas do Rio Doce” deu ao professor seu primeiro prêmio nacional, o Educador Nota 10, concedido aos dez melhores educadores do Brasil. A partir daí, ele passou a sonhar com o reconhecimento internacional.

Wemerson Nogueira / Foto: Antonio Carlos Gemada
Wemerson Nogueira / Foto: Antonio Carlos Gemada

O professor

Em cinco anos dando aulas na rede estadual do Espírito Santo para alunos do Ensino Fundamental e Médio, ele acumula prêmios pelos projetos educativos que desenvolveu.

É a segunda vez que brasileiros fazem parte da lista de finalistas divulgada pela ONG Varkey Foundation.

Para Wemerson, que ensina Química e Ciências na cidade de Boa Esperança, o segredo do sucesso está em motivar os alunos, descobrindo como eles gostariam que o conteúdo fosse abordado na sala de aula – ou fora dela.

Sonho

O capixaba já sabe o que vai fazer com o prêmio de US$ 1 milhão do Global Teacher Prize, caso seja selecionado.

Ele pretende criar a Fundação Nogueira, com seu sobrenome, que vai oferecer bolsas a alunos do Ensino Médio que queiram tornar-se professores – um incentivo para uma carreira em que baixos salários e pouca infraestrutura são citadas como motivos para não seguir.

O nome do vencedor será anunciado em março, durante um evento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Com informações da BBC

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