Chega de trabalhar por e-mail, durante os horários de folga.
Entrou em vigor este ano na França uma lei que dá direito ao trabalhador de não ler correio eletrônico da empresa fora do horário de trabalho.
As empresas com mais de 50 trabalhadores vão ser obrigadas a ter um quadro de boa conduta que define períodos em que não é obrigatório enviar, ou responder a mensagens de e-mail.
Esses períodos de repouso serão definidos em negociações entre a entidade patronal e o trabalhador.
Caso não haja acordo, o trabalhador deverá fazer um documento com as regras sobre a forma como vai exercer “o direito à desconexão” – como foi apelidado o novo direito.
Os defensores da lei argumentam que essa disponibilidade para ver o e-mail não é paga de forma justa.
Também dizem que ela pode agravar o stress, burnout (distúrbio psíquico precedido por esgotamento físico e mental intenso) e problemas para dormir.
Algumas empresas já se adaptaram à novidade.
A Orange (telecomunicações) distribuiu um documento interno em setembro pedindo aos seus colaboradores que não vissem as mensagens eletrônicas durante as reuniões para facilitar a concentração.
Já a Michelin estabeleceu um horário de repouso, entre as 21h e 7h da manhã, e de sexta-feira das 21h00 às 7h00 de segunda, para os seus colaboradores itinerantes.
Desde 2011 a Volkswagen aplica aos seus funcionários um período de trégua diário de consulta do email no celular da empresa, fora do horário de trabalho.
Uma pesquisa da Deloitte, feita em abril de 2015, revelou que por escolha ou obrigação 71% dos funcionários lêem mensagens de email à noite, ou em férias e 76% consideraram que isso tinha um impacto negativo em sua vida profissional e familiar, informou na época a BBC.
Com informações do Público