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Islândia fez seus jovens pararem de fumar e de beber. Como?
16 de fevereiro de 2017
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Meninas da Islândia na academia - Foto: DAVE IMMS PARA MOSAIC|
Meninas da Islândia na academia - Foto: DAVE IMMS PARA MOSAIC|

Sem proibição, nem medidas drásticas!

A Islândia, que nos anos 90 era um dos países europeus com maior incidência de consumo de álcool e tabaco entre jovens, adotou um método diferente e eficaz para eles pararem de fumar e beber.

Hoje apenas 5% dos jovens entre 14 e 16 anos dizem ter consumido álcool no mês anterior, 3% dizem fumar tabaco diariamente e 7% consumiram maconha ao menos uma vez nos últimos 30 dias.

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A média europeia é de 47%, 13% e 7%, respectivamente.

Na América Latina, 35% dos jovens entre 13 e 15 anos dizem ter consumido álcool no último mês e 17% fumam diariamente, segundo dados da Unicef.

Como

As razões do êxito islandês estão no programa Youth in Iceland (Juventude na Islândia), iniciado em 1998.

Ele se baseia em uma pesquisa contínua dos hábitos e preocupações dos adolescentes para, a partir daí, se pensar em formas para fortalecer os jovens e enfraquecer os vícios.

O programa mapeia, por meio de questionários aplicados a cada dois anos, adolescentes de todas as escolas do país e coleta dados sobre padrões de consumo, características das famílias, evasão escolar e problemas emocionais dos jovens.

Com esses elementos, são elaborados informes específicos para cada distrito e escola.

O passo seguinte é analisar esses dados num trabalho conjunto entre escolas, comunidades e municípios, que identificam os principais fatores de risco e proteção contra o consumo de álcool e drogas.

“Nada aconteceu de um dia para o outro. Mas foi possível atuar porque os dados nos ensinavam, por exemplo, a grande importância do fator parental”, disse à BBC Jón Sígfusson, diretor do Centro Islandês para a Pesquisa e Análise Social, responsável pelo Youth in Iceland.

Atividades esportivas - Foto: Getty Images
Atividades esportivas – Foto: Getty Images

Ação conjunta

Não bastam medidas preventivas que era ensinar às crianças os efeitos negativos do uso de drogas. Essa ação sozinha não funcionava no país. O enfoque sofreu uma drástica mudança.

“Isso mostrou a necessidade de informar os pais e lhes explicar que eles são o principal fator preventivo para seus filhos: passar tempo com eles, apoiá-los, controlá-los, vigiá-los”, explica.

“Os responsáveis não são as crianças, e sim nós, adultos. Devemos criar um entorno onde eles fiquem bem e tenham a opção de preencher seu tempo com atividades positivas. Isso diminui a probabilidade de eles consumirem substâncias maléficas”, afirma.

Os estudos mostraram que a maior participação em atividades extracurriculares e o aumento do tempo passado com os pais diminuem o risco de se consumir álcool e outras substâncias.

Por isso, a Islândia aumentou os recursos destinados à oferta de atividades para adolescentes, como esportes, música, teatro e dança.

E desde 2002 foi proibido que, salvo exceções, as crianças menores de 12 anos e adolescentes de 13 a 16 anos andem sozinhos na rua depois das 20h e das 22h, respectivamente.

Exemplo copiado

Os resultados obtidos pela Islândia levaram à criação, em 2006, do programa Youth in Europe (Juventude na Europa), para expandir a metodologia do país nórdico a outras localidades do continente.

Em apenas dez anos, mais de 30 municípios europeus adotaram o projeto.

Com informações da BBC

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