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Cãozinho salva da depressão sobrevivente de acidente aéreo
1 de março de 2017
- Só Notícia Boa
Foto: Clayton Conn|
Foto: Clayton Conn|

Um cãozinho da raça yorkshire salvou a veterinária Silvia Viruega da depressão.

Ela sofreu um acidente aéreo em Acapulco, no México, junto com o então namorado – que era o piloto – e um casal de amigos. Apenas Silvia sobreviveu.

“Comecei a procurar por meu namorado. Vi o amigo dele, que não se mexia. O avião estava pegando fogo. Na minha cabeça, se estava viva e andando, todo muito teria a mesma chance”, recorda.

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Só no hospital ela ficou sabendo das mortes.

A veterinária sofreu traumatismo craniano, teve lesão na coluna, várias escoriações e fraturas no nariz e a fíbula direita.

“Durante o retorno para a Cidade do México, eu estava muito abatida, chorando muito”, contou à BBC.

Ela passou meses em reabilitação física – e tentando superar o trauma.

“Meu cérebro estava 100% desconectado. Eu não estava tendo alucinações, nada disso, estava simplesmente em um estado de indiferença e nada importava para mim”, relata.

Foto: Clayton Conn
Foto: Clayton Conn

A virada

A depressão de Silvia começou a diminuir depois que ela ganhou de presente um cãozinho da raça yorkshire terrier.

“Nove meses depois do acidente, um amigo me deu um cachorro. Era um filhote, que imediatamente me fez pensar sobre a vida.”

Ela passou a se dedicar a Gary, o cachorro, que reacendeu nela vários interesses adormecidos e acabou se tornando “um dos melhores presentes que a vida já me deu”.

Para ela, o cachorro simbolizou um renascimento, uma nova fase do ciclo da vida: “Ele nasceu pequenino e eu tinha acabado de renascer, depois de algo horrível que tinha acontecido comigo”.

Gary a ajudou a perceber que estava se entregando a um mal oculto, que nem sabia ter.

“Eu não tinha percebido que tinha depressão. Estava a toda hora tentando esconder… É muito difícil de aceitar isso. Acho que depende da habilidade que cada pessoa tem de enfrentar a depressão”.

Gary passou a ser companhia constante para tudo. Bastava acordar e ver o cachorro, que já encontrava ânimo para “fazer o que tinha que ser feito dentro do programa de reabilitação”.

O cãozinho esteve ao lado dela durante todo o tempo da difícil recuperação. “Por isso, para mim, ele é um ser tão especial”, diz.

Hoje, como diretora de um hospital para animais, ela diz ver casos como o dela quase todos os dias. “[Animais de estimação] são companhias para idosos solitários ou crianças que não falam. Há milhares de outros casos”, afirma.

Segundo ela, já foi provado cientificamente que ter animais de estimação ou ficar perto de animais traz até benefícios físicos como a redução de batimentos cardíacos e a liberação de endorfina, substância produzida pelo corpo humano que ajuda a dar a sensação de bem-estar.

Mestrado

Depois que Gary a ajudou a sair da depressão, Silvia Viruega decidiu fazer um mestrado em Saúde Pública, Administração e Medicina Animal.

“Fiz o mestrado e, a partir daí, comecei a buscar projetos, trabalhos para continuar me sentindo viva, útil e para apreciar essa segunda oportunidade. Você fica mais sensível, menos indiferente”, afirma.

“A área sentimental da minha vida também renasceu”, conta. “Tenho um marido maravilhoso que, por coincidência, também é um piloto de avião; e uma filha pequena.”

Sobre a mesa de trabalho de Silvia, há miniaturas de diferentes raças de cães. Mas a que mais chama atenção é a de um yorkshire, igual ao seu.

“Gary me salvou e, de certa forma, me trouxe para onde estou agora. Ele me motivou para continuar.”

Com informações da BBC e G1

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