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Fotógrafo ajuda índio com pé amputado: ganhou duas próteses
7 de março de 2017
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Sebastião e Marinaldo - Fotos: reprodução / TV Tem e G1 / Natália de Oliveira|
Sebastião e Marinaldo - Fotos: reprodução / TV Tem e G1 / Natália de Oliveira|

Todos podemos ajudar alguém. Cada um usando as ferramentas que possui.

No caso do fotógrafo Sebastião Salgado, aconteceu durante o trabalho, quando ele foi visitar uma tribo descendente dos incas que vive na Floresta Amazônica, em Marechal Thaumaturgo, a 559 km de Rio Branco, no Acre.

Lá Sebastião conheceu Marinaldo Tirotsi Ashaninka, um indígena que foi picado em um dos pés por uma cobra, quando tinha 9 anos de idade.

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Ele conviveu durante 30 anos com dores fortes, provocadas pelo avanço de uma necrose e acabou amputando os dedos e depois o pé, em novembro de 2015.

O fotógrafo Serbastião Salgado passou um tempo na aldeia e se comoveu com o caso do índio.

Ele relatou a história à Foundation House of Indians, que há 15 anos trabalha diretamente com a cultura dos povos da Floresta Amazônica, e a entidade procurou um parceiro para doar a prótese ao índio.

O fotógrafo também doou 50 livros para ajudar no custeio da viagem do paciente até uma empresa, no interior de São Paulo, especializada em recuperação ortopédica.

A prótese

O sócio proprietário da empresa de Sorocaba, Nelson Nolé Filho, fez uma pesquisa sobre a comunidade Ashaninka Apiwyxa para escolher o material mais adequado para a prótese e preparou duas diferentes.

“Uma mecânica para ele usar para caçar e pescar com um material mais pesado e mais resistente. Esse produto veio da Finlândia e é uma fibra de carbono impermeabilizante que não mofa. E uma outra protése mais leve, para ele andar no dia a dia, que vai lhe dar mais mobilidade”, disse Nelson ao G1.

Cada prótese tem um custo estimado de R$ 50 mil, segundo o Nolé.

“Essa será a primeira vez que fazemos uma prótese para um índio, ainda mais que vai voltar a morar na aldeia, no meio da Floresta Amazônia”, afirma o proprietário da empresa.

Foto: Natália de Oliveira/ G1
Foto: Natália de Oliveira/ G1

Vida nova

O índio, que sofreu discriminação na tribo desde que amputou os dedos, contou que a possibilidade de voltar a andar de novo acabou dando outro sentido para vida dele.

“Na minha aldeia ninguém nunca usou, somos em mais de 900 pessoas lá e ninguém nem sabia que isso existia”.

“A prótese vai me ajudar a voltar a caçar, pescar, ajudar minha família. Até jogar bola vou tentar voltar a jogar, porque lá na minha tribo o pessoal gosta de jogar para se divertir. Vamos ver se eu vou conseguir fazer isso agora”, diz.

Primeiros passos

Na primeira vez que conseguiu ficar de pé com a prótese e dar os primeiros passos – ainda no setor de fisioterapia da empresa de próteses -, a alegria do indígena contagiou o ambiente.

“Antes eu estava sofrendo na minha tribo, não podia trabalhar, ajudar minha família. Agora eu voltar para lá e poder trabalhar. Eu estou feliz, estou conseguindo andar, estou satisfeito e animado para voltar a ser como eu era antes da amputação”.

Com informações do G1

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