Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa.
Os maiores anunciantes do mundo acordaram e se manifestaram rapidamente. Eles não querem ter suas marcas ligadas a vídeos, notícias e causas ruins.
Cerca de 250 empresas, como Audi, L’Oreal, Volkswagen, Toyota, McDonald’s, os bancos Lloyds, HSBC e RBS mandaram retirar suas publicidades do Google e Youtube.
Clientes do Havas Group UK – braço britânico da sexta maior agência de propaganda do mundo – fizeram o mesmo.
A baixa mais recente foi a da rede de supermercados britânica Marks & Spencer, como informou a BBC.
A onda de evasão do Google/Youtube começou depois de uma investigação do britânico The Times, que mostrou anúncios ao lado de vídeos homofóbicos, antissemitas, com apologia ao estupro, além de outros extremistas de conteúdo político e religioso.
O jornal concluiu que, com seu dinheiro, as empresas e suas propagandas estão financiando indiretamente esse show de horrores.
Propaganda negativa
A Google, dona do Youtube, correu para tentar reverter os danos.
Nesta segunda-feira, o diretor da Google na Europa, Matt Brittin, admitiu o problema e falou sobre a imagem arranhada dos anunciantes.
Ele anunciou que a Google lamenta o ocorrido e vai tentar reparar prejuízos à reputação das empresas.
Matt Brittin acredita que a gigante de buscas poderá mostrar aos anunciantes como pode controlar o destino de suas mensagens publicitárias.
“O maior desafio será proporcionar mais transparência aos clientes sobre o processo de classificação de vídeos como “seguros para oferecer anúncios””, diz a BBC
Análise SNB
Guardadas as devidas proporções, o episódio internacional mostra como é prejudicial a um produto, ou empresa, ter seu nome e marca associados a fatos ruins.
Anunciar em programas que disseminam violência, por exemplo, mesmo que tenham bastante audiência, pode ser um tiro no pé.
Se por um lado o produto é mais visto, por outro, ele vai ficar ligado, na cabeça do telespectador, leitor ou ouvinte, aos fatos violentos mostrados.
Sempre que vir o seu produto, ele vai lembrar e associá-lo à cena de violência exibida antes ou depois da sua propaganda, ou ainda em testemunhais apresentados durante o programa.
A associação involuntária se repete na notícia do jornal e da internet, já que os anúncios ficam ao lado, abaixo, no meio, ou acima da notícia violenta.
O curioso é que as empresas investem muito dinheiro para fazer propagandas cinematográficas, às vezes com carrões, aviões, flores, gente bonita, sorrindo…
Depois elas gastam mais milhares de reais para exibi-las na mídia.
E onde esses comerciais vão passar/ser publicados?
Ok. Era só para te fazer refletir.
Da redação do SóNotíciaBoa.