Reverter o envelhecimento é possível. Foi o que acabaram de provarar cientistas holandeses.
Eles conseguiram pela primeira vez rejuvenescer ratinhos em laboratório, com uma terapia inovadora que “aposenta” células idosas.
Os ratos modificados geneticamente começaram a recuperar sua pelagem após dez dias.
Repare os pelos na foto acima. O ratinho da direita recebeu o novo tratamento e o da esquerda não.
Três semanas depois do início dos testes, os ratos idosos corriam o dobro da distância dos seus vizinhos que não receberam o tratamento.
Eles também mostraram melhora em suas funções renais, um mês após começado o experimento.
Segundo a pesquisa, não foram encontrados efeitos colaterais.
A terapia
Os cientistas usaram um peptídeo especializado que, no melhor estilo “exterminador do passado” tem a tarefa de encontrar e eliminar as células mais antigas, chamadas senescentes.
As células senescentes são as que perderam sua capacidade de renovação celular e, apesar de não possuírem mais metabolismo, elas se recusam a morrer por completo e se tornam mais permissivas ao surgimento de doenças ou desenvolvimento de tumores, por exemplo.
Há um mecanismo que determina se uma célula permanecerá em estado de senescência, e ele é estabelecido pela interação entre as proteínas celulares FOXO4 e p53.
A aplicação da técnica está justamente aí: o peptídeo FOXO4 é capaz de interromper a comunicação entre as duas proteínas, fazendo com que a célula sofra apoptose – algo como um “suicídio” celular.
A pesquisa
Para testar o método, os pesquisadores utilizaram dois tipos de ratos.
Havia aqueles que naturalmente já estavam no fim de suas vidas e também os que foram geneticamente modificados para se tornar idosos.
O peptídeo foi aplicado nas cobaias três vezes por semana durante dez meses, e os resultados vieram rapidamente.
Em humanos
O próximo passo do grupo é adaptar a técnica para o tratamento de humanos, mantendo a eficiência e a ausência de efeitos colaterais.
A ideia é que ela seja uma alternativa ao tratamento do glioblastoma multiforme, um tipo de tumor do cérebro que pode ser identificado pelo peptídeo FOXO4.
Palavras de Peter L.J. de Keizer, da Erasmus University Medical Center, um dos autores do estudo, ao site Science Daily.
A pesquisa foi publicada na revista científica Cell.
Com informações da Super