Murinho da honestidade vende comida “na confiança”
Sim, tem muita gente honesta no Brasil. Uma das provas é o murinho da honestidade criado na UniRio, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Lá os alunos decidiram confiar uns nos outros e transformar um pequeno muro em uma lanchonete ao ar livre, sem vendedor, nem câmeras de segurança.
Funciona assim: o dono deixa as comidas e uma caixinha – tipo cofrinho – e vai embora. O comprador pega o que quer comer e coloca o dinheiro nas caixinhas. No fim do turno o aluno dono das comidas passa e recolhe as vasilhas e seu dinheiro.
O estudante de música, Gabriel Ferrante vende brownies no murinho. Ele confessou ao Jornal Nacional que no início desconfiou, mas nunca foi roubado pelos colegas.
“Eu pensei: é furada! Todo mundo deve roubar esse negócio, nunca que isso funcionaria. Aí eu pensei: bom, vou testar. O máximo que vai acontecer é eu perder um brownie ou dois, mas não aconteceu.”
Hoje ele paga o aluguel com os doces que vende.
No murinho da honestidade também tem pra vender pastéis de queijo, brigadeiro normal e de churros, mousse de maracujá cremoso e trufa.
Sem dinheiro
Mas e quando o estudante está com fome e não tem dinheiro para pagar?
Teve um aluno que pagou um beijinho com uma declaração de amor.
“Não tinha trocado. Deixei cinco. Amanhã pago R$ 1. Beijos te amo”, disse no papel, deixado na caixinha de dinheiro.
Consciência
Além da honestidade, os estudantes da UniRio mostram uma consciência bacana.
Todos contribuem tampando as caixas e deixando o lugar limpinho para os próximos clientes.
“Parece um país honesto. Parece um lugar honesto”, diz um dos estudantes.
“Eu não sei que atmosfera tem aqui nesse local, alguma coisa mágica, não sei, que faz com que isso aqui aconteça, entendeu?”, diz o estudante de museologia Max Bruno Abreu.
Cuidados
Os vendedores tomam alguns cuidados de segurança, como deixar as caixinhas de dinheiro fechadas, algumas com cadeado.
Alguns confessam que já notaram alguma diferença no caixa, mas a ideia de instalar um equipamento de vigilância no local foi afastada.
“Nós mesmos chegamos à conclusão que isso seria matar o espírito do murinho, se é para ter confiança, que seja realmente na confiança”, disse Gabriel Ferrante, estudante de Música.
Com informações do G1