Três vigilantes do INSS de Loanda, no Paraná, fizeram – e continuam fazendo até hoje – um trabalho humanitário espetacular para um idoso esquizofrênico que foi todo sujo, barbudo e cabeludo fazer perícia médica para seu auxílio doença.
O homem não pôde ser atendido porque ninguém conseguia chegar perto dele. “Ele estava há 7 meses sem tomar banho… muito sujo, com odor muito forte” e carregava em baixo da camiseta “uma sacola com restos de comida estragada”.
Sabe o que eles fizeram? Com carinho convenceram o idoso – que é arredio por causa da esquizofrenia – a recebê-los na casa dele, a 60 km do posto, para tomar um banho e depois fazer a perícia. Mas os vigilantes descobriram muito mais.
“Seu Antonio é agressivo mesmo. Não deixa as pessoas se aproximarem dele. A irmã dele nos contou que pessoas com farda, policial, vigilantes como nós, ele respeita”, contou o vigilante Ricardo Souza, de 29 anos, ao SóNotíciaBoa.
Dias depois, lá foram eles vestindo fardas antigas, até Querência do Norte, onde mora Seu Antonio, de aproximadamente 60 anos: “Levamos roupas limpas, produtos de higiene, tesoura e máquina de cotar cabelo”
Quando chegaram na casa, Ricardo, Fábio Henrique, de 31 anos e Ricardo Luiz de Castro, de 33, conseguiram mais do que dar banho no seu Antonio: cortaram as unhas dele, os cabelos, fizeram a barba, e lavaram toda a casa do homem, que sofre de um outro transtorno: é acumulador de lixo.
Ratos e baratas
Ao perceberem que seu Antonio dormia no meio do lixo, os 3 vigilantes arregaçaram as mangas mais uma vez: tiraram todas as tralhas acumuladas lá dentro e limparam a casa inteira.
Tinha de tudo lá dentro, “de comida podre a material enferrujado… saiu rato, barata, sapo-boi, até vermes saiam do colchão”, um horror, lembra Ricardo.
Com tudo limpo, os vigilantes arrumaram um colchão e fizeram uma cama nova para seu Antonio.
Ele ficou “limpo e cheiroso, com cabelo cortado, barba feita, banho tomado…. Adotamos um senhor “filho””, contou Ricardo em sua página no Facebook, onde a história viralizou.
“Dias depois ele voltou ao INSS e foi atendido. Voltou com calça jeans, sapato, camiseta por dentro da calça, cinto e foi atendido sim”, lembra o vigilante.
Visita mensal
E a boa ação não terminou naquele dia de dezembro de 2016. Há 6 meses os vigilantes repetem mensalmente o belo trabalho humanitário.
Desde janeiro, a cada 30 ou 40 dias, eles viajam até a casa de seu Antonio para cuidar dele, dar novo banho, cortar os cabelos, as unhas e a barba do idoso.
Ricardo Souza faz contato pelo WhatsApp com uma sobrinha do seu Antonio para saber como ele está e se já é na hora de voltar para cortar os cabelos.
Solidariedade
Mas o que leva uma pessoa a largar sua família e viajar 60 km no seu dia de folga para cuidar de um desconhecido?
Ricardo responde com o significado da palavra altruísmo: “A minha alegria e prazer são poder ajudar as pessoas que precisam”.
O jovem, que trabalha como terceirizado na empresa Master Vigilância de Loanda, no Paraná, é pai solteiro, ajuda no aluguel da mãe e está sem carro.
Só que nada disso demove Ricardo Souza (foto abaixo) e seus amigos Fábio e Ricardo Luiz de levarem dignidade ao seu Antonio.
Gente assim é para aplaudir de pé!
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa