Um time de futebol feminino vem ganhando projeção nacional e arrastando a torcida para o estádio, como fazem grandes times nacionais.
É o Iranduba que está atraindo público para o Estádio construído para a Copa do Mundo, com capacidade para 44 mil pessoas. Antes ele só lotava com jogo do Flamengo, quando o time ia jogar em Manaus.
A prefeitura da capital do Amazonas tem apoiado as meninas do futebol.
História
Tudo começou no ano passado, quando um novo projeto foi implementado no clube.
O presidente, Amarido Dutra, investiu forte no futebol feminino e contratou um diretor experiente para coordenar o planejamento do time.
Lauro Tentardini, do Kindermann de Santa Catarina, aceitou o desafio e trouxe 15 jogadoras da equipe catarinense.
“O projeto do Iranduba não é conquistar o título em cinco anos, é ser o maior clube de futebol feminino em cinco anos”, afirmou Tentardini.
“O título a gente pode conquistar esse ano, no próximo…mas a ideia é fazer um clube estruturado. Então espero que, ao fim de 2020, o Iranduba esteja entre os 3 primeiros do ranking da CBF.”
O planejamento tem dado certo.
No ano passado, pela primeira vez o Iranduba conseguiu se classificar para a fase de mata-mata do Brasileiro e, neste ano, chegou ainda mais longe – na semifinal.
O público abraçou de vez o time, o que faz com que o clube consiga ainda arrecadar dinheiro da bilheteria dos jogos — que têm ingressos a R$10 ou R$ 20.
Incrível Hulk
Com o sucesso dentro de campo, o Iranduba ganhou o apelido de “Incrível Hulk da Amazônia”, com direito à presença do super-herói verde nos telões do estádio para anunciar a escalação nos jogos.
As atletas já tem uma comemoração de guerra, a flechada, que surgiu durante um jogo.
“Chegamos lá e o pessoal estava falando: olha aí, é o time das índias, o time das índias. Aí combinamos que se a gente fizesse o gol, iria comemorar dessa maneira. E fizemos”, contou a zagueira Ingrid Sorriso.
Ela e suas companheiras de clube, inclusive, têm se impressionado com a forma como o povo amazonense vem recebendo tão bem o futebol feminino.
“Acho que eles têm gostado do futebol que a gente vem mostrando e têm comparecido. Estão acreditando e nos apoiando bastante. Onde a gente vai, as pessoas reconhecem”, afirmou Sorriso.
O “Incrível Hulk” é a grande resposta àqueles que dizem que “futebol feminino não atrai público”. A realidade é que futebol é futebol, qualquer que seja o gênero, e que quando é bem feito e bem planejado, pode atrair multidões aonde estiver — até mesmo “no meio da floresta”.
E os números mostram que isso é mais do que realidade.
Somando o jogo das quartas-de-final e da semi, realizados na Arena da Amazônia, mais de 40 mil pessoas foram ao estádio torcer pelas mulheres do Iranduba.
Com informações do HuffpostBrasil