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Justiça manda suspender salários abusivos de juízes
15 de agosto de 2017
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Corregedor Nacional de Justiça
Corregedor Nacional de Justiça

Num país como o Brasil, é justo um juiz receber mais de 500 mil reais? Claro que não, por isso, o CNJ, Conselho Nacional de Justiça tomou uma medida pra lá de acertada.

O corregedor Nacional de Justiça, João Otávio Noronha (foto acima), mandou suspender pagamentos de “valores vultosos” a 84 juízes do Mato Grosso por “substituições de entrância”.

Os desembolsos por “substituições de entrância” são feitos a juízes que atuam em instâncias superiores, substituindo outros magistrados, sem terem recebido a diferença relativa à substituição.

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O corregedor determinou também abertura de um pedido de providências para suspender novos pagamentos do gênero “até que os fatos sejam esclarecidos”.

Juiz de R$ 500 mil

Um dos magistrados que receberam valores muito acima do teto constitucional em virtude disso é Mirko Vincenzo Giannotte, da 6ª Vara de Sinop (MT), a 477 quilômetros de Cuiabá.

Os vencimentos dele em julho chegaram a 503.928,79 reais brutos, 415.693,02 reais líquidos.

Em junho Giannotte recebeu 53.432,92 reais líquidos – o valor bruto foi de 65.872,83.

Segundo a Coordenadoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), o pagamento das diferenças em julho foi autorizado pelo CNJ no caso de uma juíza que, pelo mesmo motivo, recebeu 29.593,08 reais em janeiro.

Na nota divulgada nesta terça, 15, a Corregedoria do CNJ afirma que “cabe ressaltar que esta decisão é específica e não é extensiva a outros casos, conforme Portaria n. 104 da Corregedoria Nacional de Justiça, que suspendeu o pagamento de verbas do TJMT que ainda são objeto de investigação”.

‘Não estou nem aí’

O juiz Mirko Vincenzo Giannotte disse ao jornal OGlobo, que não está nem aí.

“Eu não tô nem aí. Eu estou dentro da lei e estava recebendo a menos. Eu cumpro a lei e quero que cumpram comigo”, afirmou.

Ele declarou ao que o valor recebido em julho representa “justa reparação” pelos anos em que deu expediente em comarcas superiores, recebendo subsídios como juiz de primeira instância.

Em suas contas, ele ainda tem a receber outros passivos acumulados que, segundo ele, chegam a 750.000 reais.

“O valor será uma vez e meio o que eu recebi em julho. E, quando isso acontecer, eu mesmo vou colocar no Facebook”, provocou Giannotte, que afirmou ser “famoso” por trabalhar até de madrugada.

Com informações da Veja

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