A brasileira Luanda dos Santos Bastos embarcou neste fim de semana para o Sudão, na África, onde vai participar de uma missão importante. Ela é a primeira mulher da FAB designada para atuar em missões de paz da ONU.
A Capitão será uma observadora militar, a oficial da FAB – Força Aérea Brasileira – que vai monitorar os acordos de paz na região e promover diálogos de cessar-fogo.
Luanda vai participar da Missão das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID), região que, desde 1950, enfrenta graves problemas políticos que resultaram numa guerra civil entre os guerrilheiros cristãos e o governo muçulmano.
Ela deverá ficar por pelo menos um ano atuando na região oeste do país, denominada Darfur.
“Confesso que sinto um friozinho na barriga pelo medo do desconhecido, pelos desafios que, com certeza, irei me deparar e, principalmente, pela distância e saudade da minha família”, disse a oficial antes de embarcar no último sábado, 26.
Segundo levantamento da ONU, mais de 300 mil pessoas morreram no conflito na região e mais de 2,7 milhões tiveram de abandonar suas áreas de origem.
Desarmada
Para atuar num cenário de guerra como esse, a Capitão Luanda, que vai trabalhar desarmada. Usará apenas a bandeira e o capacete azul das Nações Unidas como escudo, na região africana.
Para assumir a responsabilidade, ela se habilitou em inglês – requisito indispensável para atuar pela ONU – e fez estágio de preparação para Missões de Paz, oferecido pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), para desempenhar com sucesso as atividades como Observador Militar.
História
Capitão Luanda é Oficial Intendente da FAB e servia no Gabinete do Comandante da Aeronáutica (GABAER).
A ideia de participar de uma missão de paz surgiu no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, quando passou a ter contato com assuntos como liderança, doutrinas de guerras, conflitos armados e direitos humanos.
O convite foi da FAB. No início era apenas uma convocação exclusivamente para mulheres oficiais participarem de um curso da ONU com ênfase em exploração e abuso sexual em áreas de conflito.
“A militar que fosse para o curso, automaticamente, seria incluída no banco de dados de voluntários. Nesse momento, me candidatei”, afirma.
Na oportunidade, Capitão Luanda conheceu 38 mulheres de nacionalidades diferentes que já tinham participado de várias missões da ONU.
“Fiquei extremamente motivada em querer viver essa experiência na minha vida e na carreira, ajudar os mais necessitados no que for possível e ter a satisfação como militar de participar de uma missão real”, comemora.
“Espero que eu regresse daqui a um ano com a bagagem cheia de experiências, lições aprendidas e histórias para contar e possa motivar os futuros peacekeepers”, conclui.
Com informações da FAB