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Anti-inflamatório pode reduzir risco de AVC e infarto
28 de agosto de 2017
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Coração humano - Foto: Pixabay
Coração humano - Foto: Pixabay

O uso de remédios anti-inflamatórios pode reduzir o risco de ataques cardíacos e derrames.

É o que revela um estudo divulgado no fim de semana durante um congresso de cardiologia na Espanha.

O estudo foi encomendado pelo laboratório Novartis, que é fabricante da droga canaquinumabe, usada em testes com 10 mil pacientes cardíacos.

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Segundo os autores do trabalho, trata-se do maior avanço no tratamento de doenças cardíacas desde o uso de estatinas para reduzir o colesterol.

O uso da droga teria resultado em uma redução de 15% no risco de novos ataques cardíacos.

Organizações como a British Heart Foundation (BHF), saudaram o estudo como algo “animador e aguardado, e que pode ajudar a salvar vidas”.

O teste

Pacientes que sofreram ataques cardíacos frequentemente recebem estatinas e drogas para afinar o sangue como forma de tentar reduzir o risco de novos incidentes.

No estudo da Novartis, porém, 10 mil pacientes que tinham sofrido ataques foram tratados com o anti-inflamatório uma vez a cada três meses.

Indivíduos de até 40 países foram monitorados por até quatro anos, e os pesquisadores constataram reduções no risco de ataques e derrames “muito maiores” que em pacientes tratados apenas com estatinas.

Efeitos colaterais

No entanto, os pesquisadores, que apresentaram os resultados durante o congresso de cardiologia na Espanha, também constataram uma “incidência significativamente mais alta” de infecções fatais entre os pacientes que usaram o canaquinumabe.

Para alguns especialistas, há uma possível ligação com inflamações em certos vasos sanguíneos. Mas os autores do estudo da Novartis argumentam que este link jamais tinha sido comprovado em humanos.

“Pela primeira vez conseguimos mostrar que a redução de inflamações, independentemente do colesterol, reduz o risco cardiovascular. É um marco em uma longa jornada”, diz Paul Ridker, da escola de medicina de Harvard e principal autor do estudo.

Ridker diz que o experimento terá amplos desdobramentos no que chama de “terceira era da cardiologia preventiva”.

“Na primeira, reconhecemos a importância de uma dieta e de não fumar. Na segunda, vimos o incrível valor de drogas como as estatinas. Agora, estamos abrindo a porta para uma terceira”, afirma.

O médico diz ainda que os estudos mostraram a possibilidade de retardar o avanço de determinados tipos de câncer, mas que são necessárias mais pesquisas.

Preço

O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, Robert Harrington, fez um alerta em um editorial publicado na revista especializada New England Journal of Medicine.

Para ele, os efeitos dos anti-inflamatórios podem ser “modestos”, e os benefícios clínicos do canaquinumabe “não justificam seu uso no dia a dia até que se saiba mais sobre eficácia e efeitos colaterais”.

Harrington também fez alusão ao preço do medicamento – um ano de tratamento com o canaquinumabe no Reino Unido, por exemplo, custa o equivalente a mais de R$ 160 mil anuais por paciente, centenas de vezes mais caro que o uso de estatinas.

Com informações da BBC

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