O segredo para a cura da Aids pode estar em uma planta brasileira.
A Pulchellina, proteína originária de uma planta existente na flora brasileira (Abrus pulchellus tenuiflorus), foi capaz de combater células infectadas com o vírus HIV, após ter sido conjugada à ação de anticorpos usados especificamente na detecção do vírus.
A descoberta é de pesquisadores da Universidade de São Paulo, do campus de São Carlos. Os dados do experimento, publicados pela revista científica Nature, mostraram que a substância age rapidamente, matando em apenas dez minutos cerca de 90% das células infectadas com o vírus HIV.
Os estudos com as células infectadas com HIV foram feitos pelo doutorando do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mohammad Sadraeian, em parceria com um laboratório específico para o desenvolvimento de pesquisas com HIV, no Health Sciences Center da Louisiana State University, nos Estados Unidos.
A produção
Os anticorpos foram produzidos no laboratório da Universidade da Luisiana, EUA e os testes com a substância foram realizados em células portadoras do vírus HIV, fornecidas pelo Department of Pediatrics da Harvard Medical School.
Os cientistas brasileiros descobriram que a proteína Puchellina, misturada com os anticorpos, identifica as células contaminadas e elimina o vírus HIV sem afetar os glóbulos brancos saudáveis.
Os medicamentos atuais atacam apenas os vírus que estão circulando pelo corpo e causam muitos efeitos colaterais, como vômito e diarreia.
A proteína da Abrus pode combater até os vírus encubados ou “escondidos” sem efeitos.
Próximos passos
Na próxima fase da pesquisa os cientistas testarão o tratamento em macacos e, depois, em humanos.
“É o começo muito positivo que pode trazer, a partir de estudos então posteriores, quem sabe a tão desejada cura da Aids. É claro que a gente não pode dizer isso agora, mas o potencial existe e é muito promissor”, disse Ana Paula Ulian Araújo, uma das pesquisadores responsáveis pelo projeto.
A pesquisa está na fase experimental apenas com células infectadas para demonstrar o conceito.
“Ainda são necessários anos de estudo para que a substância sejar aplicada em outros níveis, como em testes com animais e humanos e, futuramente, transformar a descoberta em medicamento”, lembrou o orientador da pesquisa, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, que também é professor do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos.
Alerta
E Gontijo faz um alerta! A planta não deve ser consumida em nenhuma hipótese, seja por animais ou humanos, porque pode matar, dependendo da dose ingerida.
Com informações do JornalDaUSP e R7