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Homem em estado vegetativo há 15 anos acorda após implante
25 de setembro de 2017
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Foto: Pixabay||
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Um pequeno implante conseguiu despertar um homem que estava há 15 anos em estado vegetativo.

Ele moveu a cabeça e arregalou os olhos após receber estímulos elétricos no nervo vago, um dos principais responsáveis por conectar o cérebro ao resto do corpo.

O pequeno aparelho elétrico foi implantado no pescoço do paciente francês, de 35 anos, que perdeu a consciência após sofrer ferimentos graves na cabeça em um acidente de carro em 2002.

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Depois de um mês recebendo pequenos choques na região, ele recobrou traços superficiais de consciência: se mantém alerta enquanto uma história é lida em voz alta, e arregala os olhos quando alguém se aproxima de seu rosto.

Ele também é capaz de mover a cabeça a pedido dos médicos – embora demore cerca de um minuto para completar a tarefa.

Além disso, houve um aumento na atividade do sistema nervoso, nas áreas responsáveis pela consciência.

O estudo foi publicado esta semana na Current Biology e realizado pelo Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, em Lyon, na França.

“A plasticidade cerebral e o reparo do cérebro ainda são possíveis mesmo quando a esperança parece ter desaparecido”, disse Angela Sirigu, do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, co-autora do estudo.

Ao estimular o nervo vago, mostramos que “é possível melhorar a presença de um paciente no mundo”, afirmou.

Como

Uma corrente elétrica de 1,5 miliamperes máxima foi aplicada ao nervo vago, com o paciente monitorado em mais de 20 sessões.

O tratamento, já utilizado em epilepsia e depressão, aumentou a atividade no cérebro dele, como apareceu em varreduras. (fotos abaixo)

Após um mês de estimulação do nervo vagal, a atenção e os movimentos do paciente também melhoraram significativamente.

Irreversível?

“Potencializar o envio de informações pelo nervo vago ao cérebro ajuda a restaurar a consciência mesmo após muitos anos em estado vegetativo, desafiando, assim, a crença de que a perda de consciência é irreversível após 12 meses”, afirma o artigo científico,

“A conexão direta entre o núcleo onde se origina o nervo vago e o tálamo – região do cérebro responsável por regular o sono, a consciência e o estado de vigília – pode estar na origem do aumento significativo da atividade no nível do córtex.”

Explicação

O córtex é a camada mais externa do cérebro – onde ficam os sulcos que dão ao órgão sua aparência característica.

Lá residem linguagem, emoção, memória e outras funções complexas. O tálamo, por sua vez, faz a conexão entre o córtex e regiões evolutivamente mais primitivas do cérebro.

Uma de suas funções é colher os sinais brutos dos órgãos sensoriais (como olhos e ouvidos) e enviá-los às áreas em que eles serão processados e transformados nas cores e sons que conhecemos.

Imagens da linha de base (à esquerda, pré-VNS) e 3 meses após a estimulação do nervo vago (no direito, pós-VNS). O metabolismo aumentou no córtex parieto-occipital direito, tálamo e estriado. Foto: Corazzol et al.
Imagens da linha de base (à esquerda, pré-VNS) e 3 meses após a estimulação do nervo vago (no direito, pós-VNS). O metabolismo aumentou no córtex parieto-occipital direito, tálamo e estriado. Foto: Corazzol et al.

Eutanásia

O sucesso do implante muda tudo nas discussões sobre eutanásia não-voluntária ativa – quando o médico, à pedido da família, põe fim à vida de um paciente que não pode ser consultado sobre a decisão.

Alguns críticos lembram que talvez seja cruel despertar pacientes e torná-los conscientes de sua situação penosa se não for possível levar a recuperação ao próximo nível e trazê-los de volta a um estado de consciência plena. “

Eu não posso responder a essa pergunta”, afirmou ao The Guardian Angele Sirigu, pesquisadora e uma das responsáveis pelo estudo no Instituto em Lyon.

“Pessoalmente, eu acho que é melhor saber, mesmo se o estado é grave. Assim você pode decidir se quer viver ou ser submetido a uma eutanásia.”

Os especialistas afirmam que, após o uso de estímulos elétricos para superar o isolamento e estabelecer alguma forma de comunicação com o paciente, talvez seja possível, com a aplicação simultânea de outras terapias, fazê-lo voltar a falar.

O pesquisador James Bernat da Faculdade Dartmouth, afirmou que a pesquisa é “provocativa, mas não definitiva” e que ainda são necessários estudos para avaliar que tipo de paciente o método pode ajudar.

Com informações da MedicalXpressCurrentBiology e DailyMail

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