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Cientistas conseguem pela 1ª vez extrair doença de embrião
28 de setembro de 2017
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Foto: Getty Images/ BBC
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Uma técnica inédita e revolucionária alterou embrião feito em laboratório para extrair uma doença: a talassemia beta.

A talassemia é uma doença sanguínea que causa sintomas de anemia e pode levar à morte. Ela é provocada por uma mudança em uma única base no código genético – conhecida como mutação pontual.

A equipe da Universidade de Sun Yat-sen usou a “edição de base” para corrigir um único erro entre as três bilhões de “letras” do nosso código genético.

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Segundo os cientistas, o  experimento pode levar, algum dia, ao tratamento de uma série de doenças herdadas geneticamente.

O estudo, publicado na revista científica Protein and Cell, é o mais recente exemplo da rapidez na evolução da habilidade dos cientistas de manipular o DNA humano.

Edição do DNA

A técnica altera a construção base do DNA: as quatro bases adenina, citosina, guanina e timina. Elas são mais conhecidas por suas respectivas letras iniciais, A, C, G e T.

Todo funcionamento está codificado nas combinações dessas quatro bases.

Os pesquisadores chineses a “editaram de volta”. Eles copiaram o DNA e trocaram o G por um A, corrigindo o problema.

“Nós somos os primeiros a demonstrar a viabilidade de curar doenças genéticas em embriões humanos a partir de um sistema de edição de base”, disse à BBC Junjiu Huang, um dos cientistas do grupo.

Ele disse que o estudo abre novas portas para tratar pacientes e prevenir bebês de nascerem com a talassemia beta “e até mesmo outras doenças hereditárias”.

Os experimentos foram feitos com tecidos de um paciente com a doença e através de embriões humanos criados a partir da clonagem.

Como

A edição de base é um avanço em relação a outra forma de editar genes, a técnica conhecida como Crispr, que já está revolucionando a ciência.

A Crispr quebra o DNA. Quando o corpo tenta consertar a quebra, ela desativa uma série de instruções, que também são chamadas de gene.

Aí está a oportunidade de inserir novas informações genéticas.

A edição de base faz as próprias bases de DNA se transformarem umas nas outras.

O professor David Liu, pioneiro da edição de base na Universidade de Harvard, descreveu o método como “cirurgia química”.

Ele afirma que a técnica é mais eficiente e tem menos efeitos colaterais indesejados do que a Crispr.

O grupo de cientistas da Universidade de Sun Yat-sen em Guangzhou (China) também foi o primeiro a usar a técnica Crispr em embriões humanos.

Ética

Apesar do avanço, ainda há críticas e o experimento vem provocando um debate profundo de ética na sociedade, sobre o que é e o que não é aceitável nos esforços para prevenir doenças.

O professor Lovell-Badge disse que esses métodos dificilmente serão usados clinicamente, em breve.

“Serão necessários muito mais debates sobre ética e sobre como esses métodos seriam regulados. E, em muitos países, incluindo a China, é necessário ter mecanismos mais robustos para regulação, fiscalização e acompanhamento a longo prazo.”

Com informações da BBC

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