A imagem da solidariedade. Mais de 1,6 mil pessoas fizeram fila para ajudar a menina Júlia Abrame de Oliveira, de apenas 6 anos, moradora de Tatuí, São Paulo.
Elas foram se cadastrar no Centro Médico de Especialidades Médicas como doadoras de medula óssea para ajudar a criança, diagnosticada com leucemia há quatro anos, quando começou a fazer o tratamento. Agora ela precisa do transplante de medula óssea para continuar com as sessões de quimioterapia e radioterapia.
“Ao longo dos anos, com a quimioterapia e radioterapia, a medula da Júlia passou a não aguentar mais, tanto que ela não tem conseguido mais recuperar o funcionamento da medula no pós-quimioterapia. Quando ela recomeçou a fazer o tratamento ficou internada com a medula totalmente zerada nas funções”, disse a mãe da menina, Adriana Cristina Delalori Abrame de Oliveira, ao G1.
“Nos informaram, então, sobre a necessidade do transplante e soubemos que a irmã mais nova, que tinha grandes chances de ser a doadora, não era totalmente compatível. Foi aí que começamos a incentivar o cadastro de doador de medula para achar alguém”, contou
O mutirão
Segundo a oncologista Luíza Milare, que acompanha o tratamento da garota no Hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), em Sorocaba (SP), a chance de encontrar um doador fora da família é de 1 em 100 mil . Por isso, a importância de incentivar o cadastro de doadores de medula.
O mutirão deste sábado, 28, no Centro Médico de Especialidades Médicas (Cemem) foi pra isso. Quem organizoi foi uma amiga de Adriana, que é enfermeira, e se sensibilizou pela história da menina.
Deu certo. O número de cadastros ultrapassou as expectativas.
“Estou emocionada com tanto amor e carinho das pessoas que se mobilizaram para ajudar uma criança, muitos nem a conhecem, mas deixaram de lado seus afazeres e enfrentaram uma fila para se cadastrar. Além dessas pessoas, recebi mensagem de outros estados e até da Argentina e Dubai, dizendo que fizeram o cadastro para ajudar a Júlia. Eu só tenho que agradecer”, conta emocionada.
Foi tanta gente que os kits para coleta de sangue acabaram. Cerca de 400 pessoas foram dispensadas.
“Por conta disto, uma nova campanha será organizada, porém ainda não temos uma data marcada”, explica.
Ajuda a outros
O sangue coletado vai para um laboratório que fará os procedimentos necessários para inserir os voluntários no cadastro nacional de doadores.
“Acredito que na próxima semana já temos os resultados, mas sei que vai dar tudo certo, não sei quais os planos de Deus, mas já está tudo planejado. A campanha foi para a Júlia, mas sei que isso vai ajudar também outras pessoas que aguardam por um doador compatível”, conclui.
Eloisa Maria Soares, de 47 anos, ficou sabendo da campanha pelas redes sociais. Comovida com a história da criança, decidiu se cadastrar.
“A cidade inteira está comovida, foram espalhados cartazes por toda cidade. Eu fiquei sabendo do mutirão pelas redes sociais e decidi fazer o cadastro”, conta.
“A nossa esperança que nesse mutirão consigamos achar um doador. Temos fé que iremos achar e que tudo dará certo. Ela não pode esperar. Já está bem debilitada. O tratamento com quimioterapia pra ela já é inviável, já que a medula dela está cansada e há um excesso de droga no corpo. Temos que achar alguém”, concluiu a mãe.
Com informações do G1