Uma mulher que recebeu um transplante de útero nos EUA deu à luz um bebê saudável.
O caso foi divulgado pelo Centro Médico da Universidade Baylor, em Dallas, Texas, na semana passada.
O parto ocorreu em novembro, mas a data de nascimento, o sexo e o peso do bebê não foram revelados.
A americana, que também pediu para não ser identificada, havia nascido sem útero.
Meses antes de engravidar ela recebeu o órgão de uma doadora viva – Taylor Siler, de 36 anos, enfermeira e mãe de dois filhos.
“Tenho integrantes da minha família que lutaram para ter um filho e isso não é justo. É incrível poder dar essa opção às pessoas.”, disse a doadora Taylor em entrevista à revista americana Time.
Transplante de útero
É a primeira vez que um parto é realizado após um transplante de útero nos Estados Unidos.
Até então, o procedimento só havia tido sucesso na Suécia.
De acordo com a equipe do hospital americano, que possui um programa de transplantes de útero, dez cirurgias já foram realizadas, mas apenas cinco deles não foram rejeitados.
O transplante de útero ainda é considerado experimental. Ele foi realizado apenas 16 vezes no mundo.
O procedimento leva entre seis e dez horas para ser concluído, incluindo a remoção do útero saudável, proveniente de doadoras vivas ou não, e a transplantação na receptora.
Ao contrário dos transplantes de outros órgãos, este é apenas para possibilitar que a receptora engravide.
Gestação pós-transplante
Depois do procedimento, devido ao fato de os ovários não terem ligação com o novo órgão, a fertilização in vitro é a única forma de fecundação.
Para evitar o uso prolongado de imunossupressores – medicamentos que previnem a rejeição do transplante – o útero é removido logo no momento da cesárea.
De acordo com as diretrizes da Suécia, deve-se esperar um ano para a inseminação artificial.
No entanto, nos Estados Unidos, os médicos passaram a tentar a inseminação assim que a mulher teve sua primeira menstruação.
Para a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, o caso representa um marco importante na história da medicina reprodutiva. O próximo passo é desenvolver diretrizes para a segurança do procedimento.
Com informações da Veja e Time