O SUS vai oferecer um remédio de primeiro mundo para combate ao câncer de mama com metástase – quando a doença se espalha pelo corpo.
O Ministério da Saúde oficializou, no Diário Oficial da União desta semana, que vai disponibilizar gratuitamente na rede pública o pertuzumab, para mulheres diagnosticadas com tumores metastáticos tipo HER2-positivo.
O governo tem 180 dias para disponibilizar o medicamento nos centros de tratamento.
Em agosto, o Diário Oficial da União anunciou a liberação de um outro remédio, o trastuzumab – antes empregado apenas em casos iniciais de tumor, também para mulheres em metástase.
Administrados juntos, o pertuzumab e o trastuzumab são uma grande esperança! Podem significar mais cinco anos de vida às pacientes.
Primeiro mundo
O anúncio foi recebido com entusiasmo por médicos e sociedades especializadas e de pacientes.
“Poucos países têm, para a população inteira, esse tipo de tratamento”, comemora o oncologista Gustavo Fernandes, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e coordenador do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
“Saímos de uma posição de absoluto esquecimento dessa doença e passamos para um nível de primeiro mundo”, disse.
“Agora, essa mulher que tem o diagnóstico de câncer de mama HER2-positivo vai ter o melhor tratamento que existe para o caso dela. E isso é muito legal. Ficamos muito felizes”, disse o especialista.
O tratamento
O pertuzumab é geralmente usado em combinação com o trastuzumab para potencializar o seu efeito.
Testes feitos no Reino Unido mostraram que o pertuzumab em combinação com outro medicamento conseguiu reduzir tumores de câncer de mama em apenas 11 dias, como mostrou o SóNotíciaBoa em 2016.
O tratamento apresentado na Conferência Europeia de Câncer de Mama, em Amsterdam, na Holanda, no mesmo ano, deixou especialistas espantados com os dados apresentandos. Relembre aqui
“É como se ele impedisse que o tumor criasse resistência ao trastuzumab”, explica Gustavo Fernandes, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e coordenador do Hospital Sírio-Libanês em Brasília.
40% de resposta
Um estudo de fase II NeoSphere mostrou, em 2015, que 40% das pacientes tratadas com a combinação das duas drogas tinham resposta patológica total ao tratamento até o momento da cirurgia (nenhum nódulo detectável), contra 21,5% das medicadas apenas com trastuzumab e quimioterapia comum.
Ainda segundo o oncologista, os cinco anos a mais de vida proporcionados pelo tratamento combinado dão qualidade e bem-estar às pacientes.
“É um tempo significativo a mais de vida e um tratamento com efeitos colaterais moderados, muito diferentes dos da quimioterapia”.
Legislação
O paciente com neoplasia maligna tem amparo legal na Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012, e na Portaria 876, de 16 de maio de 2013 e deve receber o tratamento.
O prazo para início do tratamento no SUS é de até 60 dias, contados a partir da data do diagnóstico.
A adoção da “nova” droga – ela é aprovada pela Anvisa para uso e comercialização no Brasil desde 2013 –, aliada ao uso do trastuzumab – liberado desde agosto, de acordo com o Diário Oficial da União – pode significar mais cinco anos de vida às pacientes.
Com informações do DiárioOficial da União e Metrópoles