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Brasileiro vai pagar menos juros aos bancos em 2018, prevê especialista
10 de dezembro de 2017
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Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O brasileiro tenta entender porque os bancos não acompanham na mesma proporção a redução na taxa básica de juros. Na semana passada a Selic foi reduzida para 7% ao ano, a menor dos últimos 20 anos. Foi o décimo corte seguido feito pelo Banco Central.

Mas enquanto a Selic foi reduzida de 14,25%, em outubro de 2016, para 7% agora – pela metade praticamente – os juros do cheque especial, caíram quase nada: de 328,5% para 323,7% ao ano.

Mas o economista Vitor Velho, que acompanha o segmento de crédito na LCA Consultores, trabalha com cenário melhor para 2018: uma queda de 27,4%, da taxa média total – que inclui pessoa física e jurídica – para 20% em dezembro do próximo ano.

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Tomando apenas o crédito livre à pessoa física, a expectativa é que o spread ceda quase 10 pontos percentuais, passando de 51 atualmente para 42.

Para Viriato, professor do Insper, uma melhora mais significativa dos juros viria apenas em 2019, após a definição das eleições.

O risco, nesse sentido, é o futuro das reformas que estão tramitando no Congresso e que procuram diminuir no médio prazo o deficit nas contas públicas.

Com uma piora da situação fiscal, ele explica, o governo teria que emitir cada vez mais dívida para se financiar. “Isso poderia levar a um aumento do prêmio de risco e um eventual aumento das taxas”, avalia.

Motivo

A redução estrutural dos juros no Brasil, para Estêvão Bastos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), passa pelo equilíbrio das contas públicas, por reformas e mudanças de regulamentação como a que reduziu as taxas do rotativo do cartão de crédito.

Já o professor da Universidade de São Paulo (USP) Gabriel Madeira acredita que a resistência da diferença entre os juros que o banco paga ao captar e a taxa que ele cobra ao oferecer empréstimos é reflexo, em parte, do nível relativamente elevado da inadimplência, diz

A lógica é que, quanto maior o risco de calote, maior o “prêmio” que os bancos vão embutir em suas taxas de juros.

Esse é um indicador que vem melhorando de forma lenta, pondera o economista, por uma característica da própria recessão, marcada pelo endividamento de famílias e empresas.

Madeira, lembra que o Congresso Nacional também várias propostas para votar, que deverão forçar para baixo os juros para o consumidor:

  • Cadastro Positivo, que espera votação na Câmara e que pode representar mais um alívio às taxas cobradas dos consumidores no médio prazo,
  • Nova lei de falência, que está sendo preparada pela equipe do Ministério da Fazenda e a
  • Agenda BC+, uma série de medidas propostas feitas pelo Banco Central para reduzir juros.

Em quanto as taxas caíram?

Em outubro, o crédito pessoal estava 4,2 pontos percentuais mais barato do que no mesmo mês do ano passado, em 132% ao ano.

Nesse período, o consignado recuou 3 pontos, para 26,6%, enquanto os juros médios para a aquisição de veículos diminuíram 3,3 pontos, para 22,5%.

Modalidade do chamado crédito direcionado, que é subsidiado, a taxa média do financiamento imobiliário diminuiu 2,1 pontos, para 8,6% ao ano.

A maior redução foi a do rotativo do cartão de crédito, a linha mais cara do mercado, que passou de 484% ao ano para 337,9%, queda patrocinada por uma mudança de regulamentação instituída em abril deste ano pelo Banco Central, que restringiu o pagamento mínimo das faturas e a consequente rolagem da dívida para o mês seguinte.

Já para as empresas, as modalidades que mais recuaram, conforme os dados da nota de Operações de Crédito do Sistema Financeiro publicada pelo BC, foram a antecipação de faturas de cartão de crédito e os descontos de duplicatas e recebíveis, que cederam 19,2 pontos e 14,5 pontos percentuais, nessa ordem, para 27% e 20,9% ao ano.

Com informações da BBC

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