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Máquina faz leitura da mente: pensamento é recriado em imagens
4 de março de 2018
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Foto: reprodução / Newsweek
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Leitura da mente! Imagine pensar em alguma coisa e o computador recriar a imagem que você imaginou. Pesquisadores da Universidade de Toronto Scarborough (UT) transformaram em realidade o que parecia ser ficção do cinema.

Eles desenvolveram uma técnica que pode reproduzir uma imagem digital pensada por uma pessoa, simplesmente lendo a atividade elétrica do cérebro dela.

O novo estudo foi aceito para publicação na revista eNeuro.

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Como

A equipe da Universidade de Toronto Scarborough usou um teste não-invasivo conhecido como eletroencefalograma (EEG) – usado no diagnóstico de tumores cerebrais, epilepsia e outras condições – para registrar a atividade elétrica em participantes, que receberam estímulos visuais em uma tela de computador.

Os pesquisadores reuniram os voluntários – treze adultos saudáveis com idade entre 18 e 27 anos – para o EEG, com eletrodos colocados nas cabeças deles.

Em seguida mostraram aos participantes os rostos de 140 indivíduos, um por um, na tela do computador, enquanto registravam a atividade cerebral.

Finalmente, em um computador com algoritmos de aprendizado de máquina especiais, a equipe recriou imagens dos rostos que os participantes estavam pensando, usando os dados registrados pelo EEG.

O algoritmo buscou os sinais cerebrais e reproduziu como uma imagem digital.

Percepção mental

O trabalho baseia-se na habilidade natural do cérebro para criar o que é conhecido como percepção mental, ou uma impressão mental, de qualquer coisa que vemos.

“Nós conseguimos capturar esta percepção usando EEG para obter uma ilustração direta do que está acontecendo no cérebro durante esse processo”, disse em comunicado Dan Nemrodov, médico pós-doutorado do Departamento de Psicologia, que desenvolveu a técnica. (foto acima à esquerda)

Embora as imagens digitais reconstruídas não sejam cópias perfeitas dos originais – são um pouco menores na resolução – o detalhe nelas é impressionante, dizem os pesquisadores.

“O que é realmente emocionante é que não estamos reconstruindo quadrados e triângulos, mas imagens reais do rosto de uma pessoa, e isso envolve muitos detalhes visuais finos”, acrescentou Adrian Nestor, professor assistente de psicologia da UT.

Vantagens

Não é a primeira vez que pesquisadores fazem imagens mentais reconstruídas digitalmente. Mas a nova técnica oferece algumas vantagens distintas em relação aos métodos existentes.

Anteriormente, os neurocientistas usaram ressonância magnética funcional (fMRI), que mede a atividade cerebral através da detecção de alterações no fluxo sanguíneo e não na atividade elétrica. O EEG, no entanto, é mais prático, porque está mais prontamente disponível, é portátil e mais barato.

O EEG também é mais sensível a pequenas mudanças na atividade cerebral, capturando dados na escala de milissegundos. Em contrapartida, o fMRI só pode gravar a atividade na escala de segundo.

Controvérsias

Mas Nemrodov observa que muitos pesquisadores duvidaram do potencial de EEG para esse tipo de reconstrução de imagem, uma vez que a técnica produz muitos dados ruidosos ou sem sentido – nas medidas que usa.

Também não é muito preciso na localização de onde os sinais do cérebro estão vindo. Apesar disso, o novo estudo, diz ele, demonstra as vantagens do EEG em relação ao fMRI.

Os resultados podem ampliar o alcance desta tecnologia, abrindo a porta para sua utilização em uma variedade de aplicações.

“O fato de que podemos reconstruir o que alguém experimenta visualmente com base em sua atividade cerebral abre muitas possibilidades”, disse Nestor.

“Ele revela o conteúdo subjetivo de nossa mente e fornece uma maneira de acessar, explorar e compartilhar o conteúdo de nossa imaginação”.

O uso

Segundo Nestor, a técnica poderia ser como um meio de comunicação para pessoas que não conseguem se comunicar verbalmente, talvez por paralisia.

“Não só poderia produzir uma reconstrução neural baseada no que uma pessoa está percebendo, mas também do que eles lembram e imaginam, do que querem expressar”, disse Nestor.

A técnica pode ser útil para a aplicação da lei ao reunir informações sobre possíveis suspeitos de testemunhas oculares, ao invés de confiar em esboços inexatos ou retratos falados.

O próximo passo, segundo os pesquisadores, é determinar se a técnica funcionaria quando as pessoas de teste lembram uma memória do zero em vez de olhar para uma imagem.

Com informações do NewsWeek e GNN

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