Antibióticos naturais, produzidos por formigas, poderão ajudar a curar infecções em seres humanos.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Carolina do Norte, nos Estados Unidos, sugere que algumas espécies de formigas são capazes de produzir potentes e promissores compostos para o desenvolvimento de um novo medicamento.
Detalhes do trabalho foram divulgados no jornal Royal Society Open Science.
Poder da formiga
Foram estudadas 20 espécies de formigas – expostas à bactéria Staphylococcus epidermidis – para que os pesquisadores avaliassem o efeito antibiótico da reação dos insetos.
A espécie que produziu a substância mais poderosa foi a Solenopsis molesta, uma formiga muito pequena e comum nos Estados Unidos e no Canadá.
“Nós testamos o composto contra a Staphylococcus epidermidis, que é um micróbio comum na pele humana. Então, é possível que ações antimicrobianas produzidas por formigas possam matar agentes patogênicos que infectam humanos”.
Palavras de Clint Penick, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade do Arizona. O cientista ressalta que são necessários muitos outros testes para chegar ao uso clínico da substância.
A professora Márcia Renata Mortari, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) que estuda a descoberta de novos medicamentos a partir do veneno de insetos, diz que o estudo americano contribui para a ampliação de conhecimento de estratégias de proteção das espécies contra infecções e para a descoberta de novos antibióticos.
“Os dados sugerem que algumas espécies de formigas são capazes de produzir potentes e promissores compostos para o desenvolvimento de um novo medicamento. Eles nos fornecem direcionamentos para busca de compostos promissores em formigas”, explica.
Na contramão
No entanto, uma das espécies analisadas não produz o antibiótico natural.
“Isso vai contra a teoria popular que sugere que todas as espécies estão aptas a desenvolver agentes antimicrobianos”, diz Clint Penick.
Segundo Clint Penick, se todas as formigas lidam com doenças, essas devem ter achado um jeito diferente de prevenir e combater infecções.
“Futuros estudos devem descobrir se elas podem usar antimicrobianos que são específicos para doenças que não estudamos”, cogita.
Com informações do Uai