O brasileiro terá novas terapias alternativas oferecidas pelo SUS – o Sistema Único de Saúde. São tratamentos preventivos que poderão ser feitos junto com a medicina comum.
Foram incluídas práticas como aromaterapia, cromoterapia, hipnoterapia e terapia de florais.
Na lista há também tratamentos menos conhecidos, como constelação familiar, técnica de representação espacial das relações familiares – que permite identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família – e imposição de mãos, descrita pelo ministério da Saúde como “cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente”.
O ministério pretrende promover bem-estar e diminuir o estresse e a ansiedade.
Com a ampliação, anunciada nesta segunda-feira (12), serão no total 29 práticas desse tipo disponíveis para os pacientes. (veja lista abaixo)
No SUS, elas são chamadas de “práticas integrativas” ou “complementares” à medicina convencional, como mostrou o SóNotíciaBoa no mês passado. Assista aqui.
Em 2017 foram incorporadas 14 atividades, chegando às 19 práticas disponíveis atualmente:
- ayurveda
- homeopatia
- medicina tradicional chinesa
- medicina antroposófica
- plantas medicinais/fitoterapia
- arteterapia
- biodança
- dança circular
- meditação
- musicoterapia
- naturopatia
- osteopatia
- quiropraxia
- reflexoterapia
- reiki
- shantala
- terapia comunitária integrativa
- termalismo social/crenoterapia e
- yoga
Terapias incluídas a partir de agora
1. Apiterapia: método que utiliza substâncias produzidas pelas abelhas nas colmeias, como apitoxina, geleia real, pólen, própolis, mel e outros
2. Aromaterapia: uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, os óleos essenciais promovem bem-estar e saúde
3. Bioenergética: visão diagnóstica aliada à compreensão do sofrimento e adoecimento; adota a psicoterapia corporal e exercícios terapêuticos, ajudando a liberar as tensões do corpo e facilitando a expressão de sentimentos
4. Constelação familiar: técnica de representação espacial das relações familiares que permite identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família
5. Cromoterapia: utiliza as cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar o corpo
6. Geoterapia: aplicação da argila com água no corpo; pode ser usada em ferimentos, cicatrização, lesões e doenças osteomusuculares
7. Hipnoterapia: conjunto de técnicas que, pelo relaxamento e concentração, induz a pessoa a alcançar um estado de consciência aumentado para alterar comportamentos indesejados
8. Imposição de mãos: imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente; promove bem-estar e diminui o estresse e a ansiedade
9. Ozonioterapia: mistura dos gases oxigênio e ozônio por diversas vias de administração; tem finalidade terapêutica e promove melhoria de diversas doenças, sendo usada na odontologia, neurologia e oncologia
10. Terapia de Florais: uso de essências florais que modifica certos estados vibratórios; auxilia no equilíbrio e harmonização do indivíduo
Onde encontrar
Hoje, as terapias estão presentes em 57% dos 5.570 municípios do país.
Pra saber o posto de saúde mais próximo que oferece as práticas, pergunte na secretaria de saúde da sua cidade.
88% destes tratamentos são oferecidos na rede de atenção básica.
Inicialmente, apenas cinco práticas alternativas eram oferecidas pelo SUS.
Em oito anos, o número de atendimentos em terapias alternativas e complementares no SUS cresceu 670%, passando de 271 mil, em 2008, para 2,1 milhões em 2016, segundo o Ministério da Saúde.
O ministério da Saúde estima que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS.
Além das novas inclusões, o ministério de Saúde também definiu as diretrizes e modo de implantação dos procedimentos termalismo/crenoterapia e medicina antroposófica, que já eram oferecidas no SUS de forma experimental.
Controvérsias
Ao menos seis das dez práticas incluídas a partir de agora não são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina —aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, geoterapia, imposição de mãos e ozonioterapia.
“Isso não significa que o Ministério da Saúde não possa incorporá-las, mas deixamos claro que os médicos não podem indicá-las ou utilizá-las”, afirma o presidente do CFM, Carlos Vital.
Para ele, faltam evidências científicas e avaliação consistente de riscos e malefícios. Já o ministério da Saúde diz que evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares.
Com informações da Folha e SNB