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Imunoterapia que curou câncer em ratos será testada em humanos
5 de abril de 2018
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Foto: Pixabay|Universidade de Stanford - Foto: divulgação
Foto: Pixabay|Universidade de Stanford - Foto: divulgação

Até o final do ano será testado em humanos um tratamento que teve sucesso e curou câncer em 96% dos ratos.

35 pacientes com linfoma vão testar o tratamento experimental que estimula o sistema imunológico do paciente a combater o tumor com pouquíssimos efeitos colaterais.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Stanford divulgou em fevereiro uma nova terapia contra o câncer que eliminou tumores (e metástases) em vários órgãos de ratinhos de laboratório com 96% de eficiência. Leia aqui

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Linfoma, melanoma, câncer de mama e câncer colorretal tiveram sucesso com o tratamento e agora, os testes vão acontecer, de fato, com seres humanos.

Convocação

Ronald Levy, o oncologista responsável pelo artigo científico, já está convocando voluntários com linfoma nos estágios iniciais para participar do primeiro round de experimentos.

Até o final do ano, na previsão mais otimista, os 35 pacientes que passarem pela seleção serão submetidos a duas baterias de testes.

Para acelerar o processo nas agências reguladoras, Levy baseou o tratamento em uma mistura inusitada de dois remédios que já estão no mercado.

“As drogas que vamos injetar já são fabricadas por empresas diferentes e já são consideradas seguras”, afirmou o médico. “É a combinação que estamos testando.”

Imunoterapia

O método de Levy é classificado como uma imunoterapia: são tratamentos contra o câncer que estimulam as células de defesa do paciente a atacar o tumor – diferente de abordagens mais conhecidas como a quimioterapia e a radioterapia, que vão direto no alvo.

De maneira bem simplificada, nosso sistema imunológico é capaz de detectar as proteínas estranhas produzidas pelas células cancerígenas – ou seja, percebe que há algo de errado com o organismo –, mas não consegue reagir porque o tumor tem uma cartola de truques bioquímicos para desarmar os leucócitos. Eles ficam inativos.

Uma das maneiras de contornar o problema é extrair os leucócitos (também conhecidos como glóbulos brancos) do paciente, usar engenharia genética para editá-los em laboratório e então injetá-los de volta no corpo.

Outra envolve ativar o sistema imunológico inteiro, e não só as células da região em que está o câncer – o que pode vir com efeitos colaterais graves de brinde.

O truque de Levi é mais eficiente que essas duas abordagens pré-existentes: ele ativa só as células de defesa que já estão próximas do tumor, e faz isso usando remédios – um truque bem mais simples, rápido e barato que editar DNA.

“Todos esses avanços da imunoterapia estão mudando a prática médica”, afirmou o oncologista em fevereiro, na época do anúncio.

“Mas a nossa abordagem não exige a ativação completa do sistema imunológico nem a customização das células imunes do paciente. Nós aplicamos quantidades muito pequenas de dois agentes uma única vez, e eles estimulam só os leucócitos que já estão dentro do tumor.”

Depois que os glóbulos brancos são ativados pela combinação de drogas criada por Levy e não só destroem o tumor principal como usam a assinatura proteica das células mutantes para caçá-las por todo o organismo, destruindo as metástases (“filiais” do câncer que aparecem em outros pontos do corpo e são difíceis de combater com cirurgias tradicionais).

Universidade de Stanford - Foto: divulgação
Universidade de Stanford – Foto: divulgação

Comparativo

As outras imunoterapias mencionadas já são usadas na prática.

O hospital universitário da Universidade da Califórnia, por exemplo, aplica a versão que usa edição genética (chamada tecnicamente de CAR-T) como terceira opção em pacientes de linfoma que não reagiram bem a outros métodos.

O problema é o preço. Só os medicamentos custam meio milhão de dólares. Porém as taxas de sobrevivência sobem de 10% para 60%.

O método de Levy tem potencial para melhorar ainda mais essa marca.

Com informações Super

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