Um aplicativo que auxilia dentistas a darem anestesias na dose certa aos seus pacientes.
A ideia é de estudantes da UFRJ. Eles criaram um aplicativo de celular que auxilia profissionais a melhorarem a qualidade das anestesias nos consultórios odontológicos.
O “Anestesia do Bem” mostra a dosagem exata que deve ser aplicada a cada paciente. No dia a dia, o cálculo é feito à mão, ou por meio de uma dosagem padrão.
Edgar Souza, Kaíque Guerra e Eduardo Fernandes, estudantes da Faculdade de Odontologia, desenvolveram o aplicativo em parceria com a Empresa Júnior de Consultoria e Desenvolvimento Web da UFRJ (EJCM).
Segundo eles, o projeto inovador ajudará a garantir mais segurança e rapidez nos procedimentos.
“No caso de mepivacaína 3%, por exemplo, segundo a dosagem máxima permitida pelo fabricante, podem-se usar sete tubetes. Porém, em um paciente de 40kg, segundo o cálculo correto, utilizaríamos quatro tubetes. Levando em consideração um paciente com algum comprometimento sistêmico, este tipo de erro pode ser perigoso”, explicam.
Cruzamento de dados
O Anestesia do Bem cruza as informações das condições físicas, encontrando a melhor solução anestésica para cada caso”, destaca Eduardo.
Idade, peso e ASA (escala da Sociedade Americana de Anestesiologistas) são algumas das informações preenchidas pelo usuário do aplicativo.
A escala leva em conta fatores como gravidez, hipertensão e diabetes, entre outros, para determinar a dosagem a ser utilizada.
Os estudantes afirmam que, em geral, o profissional que precisa escolher um anestésico pouco comum acaba encaminhando o paciente para outro consultório ou recorrendo à bibliografia de anestesiologia para descobrir qual substância usar.
“Já aquele que busca realizar o cálculo corretamente, deveria lançar mão de papel e caneta, além de informações do fabricante do anestésico e fazer a conta manualmente, o que levaria alguns minutos, além de não ser agradável ao paciente que presencia essa situação”, diz Kaíque.
Recomendações
“Profissionais que testaram o novo recurso se mostraram extremamente receptivos e reconhecem o valor do uso, tanto no consultório, quanto no meio acadêmico”, afirmam.
Os estudantes da UFRJ alertam, entretanto, que cada paciente deve se lembrar de contar ao dentista sobre seu histórico médico.
“O principal alerta seria contar ao dentista se possui algum comprometimento sistêmico, como hipertensão arterial, quadro de imunossupressão, ou se está grávida”, diz Edgar.
“Muitas vezes, a anamnese é subjugada no atendimento odontológico, então o paciente pode atentar-se a este fato a fim de se prevenir contra possíveis complicações em anestesia local, ou até mesmo em outros procedimentos”, completa Kaíque.
Lançamento
Anestesia do Bem já está disponível para download no sistema e Android e, em breve, em iOS.
“A anestesiologia é uma área que gera muitas dúvidas e estou certo de que este aplicativo vai se tornar uma ferramenta importante na prática clínica dos profissionais e no ensino de Odontologia”, afirma Jônatas Caldeira Esteves, professor adjunto do departamento de Cirurgia Oral da UFRJ.
Ele diz que o aplicativo “é uma ideia inovadora dentro da Odontologia” e beneficiará os profissionais no dia a dia, nas situações clínicas que precisam ser resolvidas imediatamente”.
Com informações da UFRJ