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Nova droga contra enxaqueca age na molécula que causa dor

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20 / 05 / 2018 às 00 : 00
Foto: Divulgação
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Um novo medicamento contra a enxaqueca foi aprovado pelo FDA, agência americana que regulamenta medicamentos nos EUA.

O erenumabe é um medicamento biológico age direto na molécula que causa as dores. Ele inibe o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina, conhecido como CGRP.

O Aimovig, nome comercial do erenumabe, não impede todos os ataques de enxaqueca, mas pode torná-las menos severas e reduzir sua frequência em pelo menos 50%.

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O medicamento é a primeira terapia desenvolvida especialmente para enxaqueca.

Os tratamentos disponíveis até o momento foram criados para o tratamento de outras doenças como convulsões, depressão e pressão alta e eventualmente se mostraram eficazes também contra enxaqueca.

Produzido pela Amgen e pela Novartis, o novo medicamento deve ser disponibilizado nos Estados Unidos nos próximos dias.

Ainda não há previsão de aprovação no Brasil pela Anvisa.

Direto na dor

A novidade dessa medicação está no fato de ela agir diretamente sobre a CGRP (proteína relacionada ao gene da calcitocina, em tradução livre), molécula que atua no desencadeamento das dores.

De acordo com um estudo de revisão publicado na revista Physiological Review em 2014, a CGRP tem função vasodilatadora, ou seja, ela aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos, outro mecanismo relacionado à enxaqueca.

Associado a outras substâncias químicas, essa dilatação dispara o circuito de dor envolvido na enxaqueca.

Segundo especialistas, a CGRP está presente em todas as pessoas, mas em pacientes com enxaqueca ela é aumentada.

Por isso, a nova medicação pretende atuar na diminuição da molécula.

Remédio caro

“Esse novo medicamento vai mudar a forma como tratamos a enxaqueca”, disse Stewart J. Tepper, pesquisador da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, ao jornal americano The New York Times.

O preço ainda é proibitivo, como a maioria dos medicamentos quando surgem.

Os pacientes terão que desembolsar US$ 6.900 dólares por ano, algo em torno de R$ 25.700 reais na cotação atual do dólar.

Redução da dor

A eficácia e a segurança do medicamento foram avaliadas em estudos clínicos com pacientes que sofriam de enxaqueca crônica, definida por quinze episódios por mês, por no mínimo três meses, e episódica, que apresentava entre quatro e catorze crises mensais.

Em termos de segurança, o erenumabe apresentou os mesmos efeitos colaterais do placebo: dor no local de aplicação e problemas do trato respiratório superior.

Em relação à eficácia, metade dos pacientes com enxaqueca episódica reduziu em pelo menos 50% o número de dias de dor ao mês. Já nos pacientes com a condição crônica, 41% reduziram as crises mensais pela metade.

A enxaqueca

A enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça.

Além do latejamento, que pode durar horas ou dias, o problema geralmente é acompanhado de sintomas incapacitantes, como náusea e vômito, dificuldade para falar e aversão à luz e ao ruído.

Por isso, ela está entre as dez principais causas de incapacidade no mundo.

É a terceira doença mais comum, afetando uma em cada sete pessoas. Estima-se que cerca de 2% das pessoas no mundo sofram com a forma crônica da enxaqueca.

Com informações da Veja

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