Um dia de solidariedade, gentileza e carinho com os garis. Foi isso que uma equipe de jovens voluntários fez nesta quarta, 23, em Araguaiana, no Mato Grosso.
De surpresa, eles fizeram um café da manhã especial e deram o dia de folga para os trabalhadores. Sim, os voluntários foram fazer o serviço dos garis: varrer as ruas e recolher o lixo da cidade.
“A proposta é fazermos a diferença na vida de pessoas que não conhecemos”, contou ao SóNotíciaBoa Luiz Cláudio Lourenço, 23, um dos voluntários e líder do grupo.
E os garis ficaram muito felizes.
“Eu achei muito interessante a proposta de se colocar no lugar do outro. É raro você ver isso nos dias de hoje. As pessoas falam que é bonito, criticam também, mas não se colocam no nosso lugar pra ver o que a gente vive no dia a dia. Eu achei bonito o que eles fizeram”, disse Yana Carolina, de 25 anos, que trabalha há um ano como gari.
“Foi boa a ação dos meninos, a gente tava todo mundo junto, uma amizade diferente com o pessoal, alegre, ninguém fez corpo mole. Quando deu 2 e meia já tinha terminado tudo”, contou Eliomar da Silva Belo, 44 anos, gari também.
O projeto
Formado em teologia pela Faculdade Adventista da Amazônia, Faama, Luiz Cláudio Lourenço é o líder do grupo de Araguaiana do projeto “One Year in Mission” – OYiM – “Um Ano em Missão”, em tradução livre.
O projeto foi criado em 2013 em Nova York, pela Igreja Adventista do 7º Dia e veio para o Brasil em 2015.
“Hoje, mais de 130 jovens estão divididos em equipes espalhadas na região centro-oeste do país. Duas estão fora do país: uma na Bolivia e outra no Paraguai”, conta Luiz.
Luiz conta que trabalhar como gari foi duro. “correria e muito calor. Foi bom porque a gente aprendeu a valorizar o serviço desses profissionais e também que é um perigo jogar vidro e seringas no lixo, sem embalar e sem avisar. Isso é um risco pra eles”, disse.
“O correto é colocar em garrafas pet e avisar ao gari quando for entregar o lixo”, ensina.
Os voluntários
Os jovens, com idades entre 19 e 30 anos, são bancados pela igreja com suporte, alimentação e moradia para ficar durante um ano em missão, longe de suas casas e familiares.
Eles largam emprego, trancam os estudos e vão para cidades desconhecidas ajudar as pessoas e revitalizar espaços degradados.
Luiz é de Sinopi, no Mato Grosso, mas na equipe de voluntários “tem pessoas do Tocantins, Brasília, Mato Grosso do Sul, Goiâna, Pará, Minas Gerais e São Paulo”, diz.
Eles moram todos juntos e vão permanecer assim até o fim do ano, para realizarem várias missões.
“Os projetos são diferentes. Todos são sociais, de acordo com a necessidade do local”, revela.
A próxima ação será no próximo dia 27: a revitalização das primeiras construções da cidade de Araguaiana, que tem mais de 200 anos, 3.200 habitantes e prédios antigos precisando de reformas.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa