Com força e determinação, um idoso de 80 anos aceitou o desafio de andar à pé 1,2 mil Km, desde Amarante, no Maranhão, para Fortaleza, no Ceará.
Edílson Lima Azevedo já está no final da viagem: em Forquilha, no Ceará, a cerca de 200 quilômetros da meta.
“A meta é estar em Fortaleza em 15 de junho. Como eu saí em 1º de maio, calculei que eu chegava no prazo fazendo 25 quilômetros por dia, mas eu achei esse desafio fácil e estou andando mais de 30 [quilômetros por dia], já fiz até 37 quilômetros entre uma manhã e uma tarde”, conta.
O desafio
O agricultor conta que a jornada nasceu do desafio de um amigo.
“Eu já tinha feito uma caminhada de 110 quilômetros e queria algo maior, mais desafiador, aí um amigo desafiou eu ir a pé até o Ceará, minha terra natal. Ele ainda disse que, se eu fosse, ele me acompanhava. Quando foi no dia da partida, em 1º de maio, ele não foi pro local marcado e vim sozinho, como tinha prometido.”
Edílson conta que sempre foi acostumado a desafios, teve uma vida difícil e atividades árduas desde a infância.
“Essa caminhada nem é o desafio mais difícil que eu tive; quando era criança, com 10 anos, plantei uma roça sozinho: limpei o terreno, plantei e colhi”, conta.
Ajuda
Para seguir na jornada, ele recebe ajuda de pessoas com quem faz amizade durante a viagem.
Em alguns casos, janta e dorme na casa de quem oferece apoio.
Edilson também conta com o suporte de um amigo em uma motocicleta, que garante alimentação no meio do caminho entre cidades mais distantes.
Rede de ajuda
Ao longo dos mais de 900 quilômetros já percorridos, Edílson conta que fez várias amizades.
“Eu saí de casa com um saco de comida, mas nem precisei, são tantas pessoas oferecendo ajuda, comida, já me ofereceram até dinheiro e carona, mas esses eu recusei. Tem também as pessoas antipáticas, que negam um copo d’água, mas essas são minoria.
“Teve um caso de uma pessoa de Teresina que me encontrei com ele ainda no Maranhão. Ele disse que quando estivesse em Teresina, procurasse ajuda dele, e ele ajudou mesmo. Fui na casa dele, ele me deu janta e ele e a mulher dele me deram o único quarto da casa com ar-condicionado pra eu dormir. Foi a maior generosidade que recebi nessa caminhada”, agradece Edílson.
De volta ao Ceará
O percurso de seu Edílson, ou Edilsão, como é chamado por amigos, é o trajeto de volta feito por ele quando tinha apenas um ano de idade, do Ceará para o Maranhão.
“Meus pais foram a pé para o Maranhão, eu vim no lombo de um jegue e minha irmã mais nova nos braços dos meus pais. Se pais conseguiram numa situação muito mais difícil, por que não vou conseguir?”
Com informações do G1