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Cientistas criam dieta saudável para salvar pessoas e o planeta
18 de janeiro de 2019
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Foto: Molly Katzen/Eat Forum
Foto: Molly Katzen/Eat Forum

Uma dieta saudável, capaz de salvar o planeta, garantir uma produção sustentável de alimentos e prevenir mortes prematuras.

A “dieta da saúde planetária” foi desenvolvida por uma equipe internacional de cientistas e quer reduzir em mais de 50% o consumo de carne e açúcar e ainda dobrar a ingestão de frutas, legumes e nozes.

Segundo o relatório publicado no periódico The Lancet, a dieta pode prevenir até 11,6 milhões de mortes prematuras sem comprometer o meio ambiente.

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Porções perfeitas

De acordo com o jornal The Guardian, a principal proposta dos pesquisadores é a redução substancial de carne, permitindo o consumo de um pedaço de carne e duas porções de peixe por semana.

Outro corte importante é o consumo de produtos lácteos para 250 gramas diárias, o que corresponderia a cerca de um copo de leite, um pouco de queijo ou manteiga e um ovo ou dois por semana.

A dieta prevê  ainda a ampliação do consumo de produtos de origem vegetal.

“As pessoas devem comer uma variedade de alimentos à base de plantas, reduzir a quantidade de alimentos de origem animal e de alimentos altamente processados e com açúcares adicionados, diminuir os grãos refinados e trocar as gorduras insaturadas pelas saturadas”, esclareceu Walter Willett, principal autor do relatório, à CNN.

Essa adaptação deve levar em consideração as diferenças regionais já que cada país pratica uma alimentação rica em diferentes nutrientes.

Os norte-americanos, por exemplo, precisariam reduzir em 84% a carne vermelha, e aumentar as porções de lentilha e feijão em seis vezes para que as proteínas necessárias fossem fornecidas.

Já para os europeus, o consumo de carne deveria ser cortado em 77%, enquanto a quantidade de nozes precisaria amentar em 15 vezes para garantir equilíbrio proteico. Mesmo com os cortes, a equipe acredita que a nova dieta seja capaz de fornecer 2.500 calorias por dia.

Não consumir porcaria

Outra recomendação do relatório é a eliminação de alimentos considerados não saudáveis das prateleiras dos supermercados ou aumentar os impostos sobre eles para induzir as pessoas a escolherem opções mais saudáveis.

“Precisamos de uma revisão significativa, mudando o sistema global de alimentos em uma escala nunca vista antes, de acordo com as circunstâncias de cada país”, disse Tim Lang, um dos autores do documento, ao Telegraph.

As sugestões foram feitas pela preocupação com a situação global em termos de desnutrição, crescimento da alimentação inadequada e os riscos ambientais causados pela poluição e pelo atual sistema de produção de alimentos.

Segundo especialistas, as dietas não saudáveis são a principal causa de doenças no mundo, sendo responsáveis por dois bilhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade – o que pode gerar outras doenças, como câncer -, dois bilhões de indivíduos desnutridos em decorrência de dietas baixa em calorias ou nutrientes necessários, e 800 milhões de pessoas em situação de fome – causada pelo processo de produção de alimentos inadequado, que também prejudica o meio ambiente.

Desperdício

Outros problemas encontrados pelos pesquisadores são o desperdício de alimentos – que precisa ser reduzido em 15% – e o rendimento agrícola das nações mais pobres – que requer mudanças significativas para que se torne mais saudável e sustentável.

Se essas mudanças na produção de alimentos e na dieta não forem feitas, os pesquisadores alertam que os problemas de saúde serão ainda maiores e o aquecimento global deve ficar mais severo.

“A civilização está em crise. Não podemos mais alimentar nossa população com uma dieta saudável, equilibrando recursos planetários. Se pudermos comer de uma maneira que funcione para o planeta e para nossos corpos, o equilíbrio natural será restaurado”, escreveram Richard Horton e Tamara Lucas, editores do The Lancet, em editorial.

Em resumo, para alcançar esses objetivos, os pesquisadores sugerem a adoção de cinco estratégias:

  1. Incentivar o hábito de comer de forma saudável
  2. Mudar a produção global de alimentos
  3. Intensificar a agricultura sustentável
  4. Criar regras mais rígidas sobre a administração dos oceanos e terras e
  5. reduzir o desperdício de comida

Com informações da Veja

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