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Unifavela aprova 3 alunos na Uerj e ganha nova sala de aula
5 de fevereiro de 2019
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Unifavela - sala antiga e sala nova - Fotos: arquivo pessoal||
Unifavela - sala antiga e sala nova - Fotos: arquivo pessoal||

A Unifavela, um cursinho pré-vestibular que funcionou em uma laje da Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, conseguiu aprovar três, dos 20 alunos, na Uerj, Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Os outros, com a nota do Enem, aguardam o resultado do Sisu, Sistema de Seleção Unificada.

“Tivemos nossos três primeiros aprovados na Uerj. Eu chorei de emoção mais do que os próprios alunos ao saberem que foram aprovados. É bacana ver o retorno deles, sabe?”, disse Laerte Breno, 23 anos, um dos fundadores da UniFavela, ao site Rio de Boas Notícias.

Laerte, morador do Complexo da Maré, cursa o 4° período de Letras na UFRJ e é um dos professores  voluntários. Ele trabalha com mesas e cadeiras improvisadas e um quadro apoiado em tijolos.

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Gabriela Santos, 21 anos, ex-aluna da UniFavela, é uma das aprovadas para o curso de Geografia na Uerj.

“Nunca havia nem tentado vestibular para universidade pública porque tinha medo”, disse a nova caloura.

História

Laerte Breno descobriu que poderia ensinar as pessoas quando uma garota pediu a ele para tirar dúvidas de português na biblioteca da Lona Cultural Herbert Vianna, que fica na mesma favela.

“No momento em que eu estava tirando as dúvida dela, pensei: poxa, estou ajudando uma pessoa e acho que posso ajudar muito mais”, conta Laerte.

Ele então disse à menina: “Adriele, venha amanhã de novo que vou preparar uma aula maneira. E, se quiser, pode trazer amigos.”

No dia seguinte voltou à biblioteca: estavam lá Adriele e mais seis amigos! Começava ali a sementinha da UniFavela.

A novidade se espalhou e a cada dia o projeto foi ganhando novos alunos e professores voluntários.

Até que não foi mais possível usar o espaço da biblioteca. Foi um balde de água fria. “Ficamos quase um mês parados, sem espaço. Fiquei desesperado, muito triste”, lembra Laerte.

Mas surgiu uma solução: um dos alunos, Cristian Gomes, 20 anos, ofereceu a laje de sua casa para que as aulas pudessem continuar. Outra aluna cedeu um quadro. E foi assim que nasceu a UniFavela, em junho do ano passado.

Unifavela - Foto: arquivo pessoal
Unifavela – Foto: arquivo pessoal

A nova sala

A notícia boa é que a Unifavela vai sair da laje e funcionar em uma sala nova, dentro da comunidade.

“Com a nossa divulgação nas redes sociais, ONGs e escolas entraram em contato oferecendo espaço. Conseguimos uma sala, na própria comunidade, cedida por uma ONG”, conta Letícia da Paz Maia, professora da Unifavela.

Ao 20 anos, ela é aluna do 7° período de História na UFRJ, ela leciona a disciplina na UniFavela.

O mutirão de limpeza e preparação da sala já começou. Olha a alegria dos voluntários:

Mutirão de limpeza da nova sala: Foto: arquivo pessoal
Mutirão de limpeza da nova sala: Foto: arquivo pessoal

Inscrições

As inscrições para a próxima turma já estão abertas. As aulas começam em março.

A Unifavela vai oferecer vagas para 30 alunos, com aulas gratuitas de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30.

As inscrições podem ser feitas até o dia 25 de fevereiro neste link.

“Nosso objetivo é colocar favelados dentro das universidades públicas. Assim estamos quebrando o discurso hegemônico no qual a favela é isenta de potência e bagagem intelectual. Aquele espaço é meu, é nosso, é deles!”, diz Laerte.

Para arrecadar dinheiro para manter a Unifavela, os professores criaram uma vaquinha online para arrecadar recursos.

Do objetivo de R$ 5 mil, eles conseguiram arrecadar R$ 4,750 até agora, 95%. Para ajudar, clique aqui.

Com informações do RioDeBoasNotícias

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