Diante da tragédia, uma cena que nos faz acreditar na humanidade e segue a máxima ensinada e praticada pelo grande jornalista Ricardo Eugênio Boechat, que nos deixou nesta segunda-feira, 11.
Leiliane Rafael da Silva, de 28 anos, é a mulher que salvou o motorista do caminhão, João Adroaldo Tomanckeves, de 52 anos, no acidente com o helicóptero.
No momento do acidente, que deixou duas vítimas fatais, Boechat, 66 anos e o piloto Ronaldo Quatrucci, de 56 anos, Leiliane passava em uma moto ao lado do caminhão que se chocou contra o helicóptero na rodovia Anhanguera, na Grande São Paulo.
A aeronave caiu na altura do km 7 do Rodoanel por volta de meio-dia, após tentar fazer um pouso de emergência. O jornalista voltava de uma palestra em Campinas, quando aconteceu a tragédia.
Enquanto muitos só queriam filmar ela correu para tentar salvar vidas, inclusive tentou salvar o jornalista Ricardo Boechat, que estava em meio ao fogo, mas não deixaram porque havia o risco de explosão.
Sem desistir de ajudar, ela salvou o motorista do caminhão que estava preso na cabine e cortou com uma faca o cinto de segurança.
A vendedora Leiliane contou, em depoimento, ter visto um homem pular da aeronave antes da colisão com o caminhão.
Com base em informações obtidas com o Instituto Médico Legal (IML) sobre a localização dos corpos, o delegado Luis Roberto Hellmester acredita que a pessoa que pulou da aeronave era Boechat.
O salvamento
Logo depois de ver o acidente, Leiliane desceu da moto e correu em direção ao veículo.
“Não pensei em nada. Falei para parar a moto e voltei correndo. Fui checar no caminhão para ver se tinha alguém vivo. O moço estava vivo, felizmente”, disse.
A vendedora pediu uma faca para um grupo de trabalhadores que estava limpando o mato do canteiro da estrada para cortar o cinto de segurança.
‘A gente tirou ele pelo vidro porque a porta estava emperrada e não saia”, lembra.
Leiliane vive em Pirituba, na Zona Norte de São Paulo, e tem três filhos: uma menina de 8 anos, um menino de 3 anos e um bebê de quatro meses. Prestes a passar por uma cirurgia, ela tinha sido orientada a não passar por situações de estresse.
“No momento, eu queria ajudar e não pensei em mais nada.”
As imagens mostram o momento em que ela, desesperadamente tenta e consegue salvar o motorista. E fez isso sem hesitar.
Daquelas cenas, que em meio a tragédia, nos ensinam que o ser humano está acima de todas as coisas, quando ele exercita o seu papel da vida real.
Pra ela, Boechat, talvez diria: “Coragem”.
Por mais Leilianes neste mundo!
Por Andréa Fassina, da redação do SóNotíciaBoa, com informações de O Globo
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