Veja a determinação e o amor desse professor pela profissão. Seu Seizo Watanabe, de 95 anos, pega dois ônibus para dar aulas de japonês de graça.
Nascido no Japão, ele veio para o Brasil com 9 anos, em maio de 1940. O professor vive em Curitiba, no Paraná, desde 1951 e procura fazer a diferença na vida das pessoas ensinando a língua, que aprendeu sozinho.
“Não queria morrer sem deixar isso para alguém”, contou à Tribuna do Paraná.
“Quando cheguei, só tinha terceiro ano de estudo no Japão, mas aqui no Brasil não me adaptei ao clima e fiquei dois anos sem poder sair de casa, por conta de uma alergia que tive. Por causa disso e pela guerra (Segunda Guerra Mundial), estudei sozinho, em casa, porque não podia reunir três japoneses, se não levavam para a cadeia”.
Depois que chegou em Curitiba, com 20 anos de idade, Seizo Watanabe casou, teve dois filhos e se aposentou como dono de uma lavanderia. Mas a paixão dele sempre foram os livros.
“Sempre gostei de ler. Nunca abandonei esse hábito e acredito que já tenha lido mais de mil volumes desde que cheguei em Curitiba”.
Casado há 68 anos, Seizo tem uma rotina bastante ativa com sua esposa. Eles adoram dançar e caminhar.
“Ela mesmo é uma pessoa muito ativa. Se tem mulher com mais saúde que a minha esposa, desconheço: corre o dia todo, faz dança. Talvez esse seja o segredo, mas sentia a necessidade de passar meus conhecimentos, deixar um legado a alguém de alguma forma”, comentou o japonês.
Aulas de graça
Há 17 anos Seizo pega dois ônibus para chegar até a escola, duas vezes por semana.
Ele dá aulas de japonês para frequentadores do Centro de Atendimento ao Idoso (Cati).
E sai de casa bem cedinho.
“Eu fico muito satisfeito porque o esforço de cada um, eu acho que vale muito, então cada um fazendo a sua parte me deixa muito feliz. Tenho muita gratidão”, disse ele.
O professor dá aulas de forma voluntária para dois tipos de turmas: os que estão aprendendo agora e os que já têm certo conhecimento.
“Quanto mais idioma se aprende, melhor. Isso sem contar o fato de que conhecer nunca é demais. A pessoa que busca aprender mais, vive mais. Depois que aposentar, não fique sem fazer nada, procure estudar, porque isso impede que a gente se sinta desmotivado”.
O esforço do professor é reconhecido pelos alunos.
“Às vezes a gente não quer vir, levanta meio desanimado, com preguiça, mas quando lembramos o esforço que ele faz para estar na aula, a gente vem”, disse Elis Miyazaki, 71 anos.
Com informações da TribunaDoParaná
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