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Folha de pitangueira pode combater Alzheimer, descobrem brasileiros
22 de novembro de 2019
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Pitangueira - Foto: Michael Hermann/Wikimmedia Commons|
Pitangueira - Foto: Michael Hermann/Wikimmedia Commons|

Pesquisadores brasileiros descobriram que a folha da pitangueira, árvore natural da Mata Atlântica, pode ajudar a combater o Alzheimer, doença que provoca perda da memória e atinge 35,6 milhões de pessoas no mundo.

De acordo com os estudos, o extrato das folhas da árvore – conhecida cientificamente como Eugenia uniflora – tem propriedades medicinais antioxidantes e anti-inflamatórias, além do chamado efeito neuroprotetor, que pode evitar prejuízos na memória.

A descoberta é de pesquisadores de mestrado e doutorado em Biotecnologia da Universidade Positivo, do Paraná.

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“O potencial neuroprotetor é proteger os neurônios dentro dos surtos gerados pela doença”, disse o professor de pós-graduação em Biotecnologia na instituição Ilton Santos da Silva, à Galileu.

“Quanto mais eles [os neurônios] estiverem protegidos, [mais] a doença pode ser prevenida ou até evitada.”

Os testes

Ilton Santos da Silva e seus alunos de graduação e pós-graduação fizeram testes com ratos de laboratório, seguindo orientações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e com a aprovação do Comitê de Ética em Uso de Animais em Pesquisa da Universidade Positivo.

Quatro grupos com dez roedores passaram pelos experimentos.

Um grupo recebeu uma substância que provoca sintomas do Alzheimer, enquanto outros dois grupos, que também receberam a substância, ainda foram tratados por 30 dias com duas doses diferentes de extrato das folhas de pitangueira.

O último grupo foi o de controle, usado apenas para comparação – ou seja, não recebeu nenhum tipo de substância e nem tratamento.

Após o tratamento, os ratos passaram por testes de memória em um labirinto.

Esses animais procuram se esconder em locais fechados quando são colocados em um lugar aberto.

Memória

Na primeira vez em que os bichos foram colocados no labirinto, eles exploraram os locais abertos em busca de um refúgio fechado. Na segunda e terceira vez, eles passaram cada vez mais tempo em ambientes fechados. E na quarta vez, os roedores ficaram praticamente apenas nos locais fechados.

“Isso é um indicativo de memória, que chamamos de memória episódica. O rato consegue manter a informação de que no experimento anterior ele já foi mantido naquele local aberto que ele não gosta”, afirma o professor.

Os roedores com memórias mais saudáveis preferiram permanecer nos cantos fechados. Essa tendência foi maior nos animais tratados com o extrato de folha de pitangueira, em comparação com aqueles que não haviam recebido nenhum tratamento.

Os efeitos na preservação da memória dos bichos que receberam o extrato da planta foram bons a curto prazo.

Novos estudos

Agora, os cientistas pretendem ampliar os estudos.

“Demos um primeiro passo vendo que os prejuízos de memória foram prevenidos, mas agora queremos entender qual é a origem desse efeito preventivo”, afirma Silva.

Outros tratamentos naturais

No mundo, mais de 100 componentes farmacêuticos já foram testados para tratar o Alzheimer, mas apenas quatro mostram algum benefício contra a enfermidade, segundo a Associação Internacional de Alzheimer (ADI).

Por isso, outras plantas também estão sendo pesquisadas pelos cientistas da Universidade Positivo.

É o caso do extrato aquoso de mirtilo, o qual os cientistas buscam propriedades como as neuroprotetoras.

Em 2013, especialistas da Universidade Federal do Pará (UFPA), apontaram outra alternativa para o tratamento do Alzheimer: o talo da planta amazônica camapu (Physalis), que poderia estimular a produção de neurônios no hipocampo, área do cérebro ligada à memória.

Um estudo de 2017 da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, mostrou que o extrato de folhas, sementes e raízes da planta Carpolobia lutea, cultivada há séculos na Nigéria, poderia proteger mensageiros químicos do cérebro que desempenham um papel vital na memória.

Prof. Ilton Santos da Silva - Foto: divulgação / Universidade Positivo
Prof. Ilton Santos da Silva – Foto: divulgação / Universidade Positivo

Com informações da Galileu

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