Esperança contra o alcoolismo. Cientistas da University College, de Londres, anunciaram ter conseguido frear a dependência em bebidas alcoólicas com pequenas doses de tranquilizante animal, à base de ketamina ou cetamina.
O tratamento experimental foi feito com 90 pessoas e os cientistas conseguiram “enganar” o cérebro dos participantes, que consumiam regularmente 30 litros de cerveja por semana – cerca de 6 latas por dia.
Uma única dose da substância se mostrou eficaz. O consumo de álcool foi reduzido em 50% e os cientistas conseguiram manter essas pessoas longe da bebida por 9 meses. O estudo foi publicado na Nature Communications.
É importante lembrar que a descoberta é um experimento científico e os pesquisadores não aconselham o consumo da droga, que ainda não foi liberada para este tipo de tratamento.
O teste
No primeiro dia, os voluntários foram apresentados a um copo de cerveja como recompensa por executar diversas tarefas.
No segundo dia, os médicos fizeram a mesma coisa, mas se recusaram a dar a cerveja no final. Em vez disso, injetaram uma dose segura de ketamina nos pacientes.
Uso em Hospitais
A ketamina, usada como tranquilizante para cavalos, é empregada amplamente como anestésico em hospitais.
De acordo com Ravi Dias, líder do estudo, a ketamina, de alguma forma, inibe esse processo de dependência e faz permanecer por algum tempo a falta de vontade de beber.
“O aprendizado é o motivo pelo qual as pessoas se viciam em drogas ou álcool. Essencialmente, a droga sequestra o sistema de aprendizado por recompensas embutido no cérebro, para que você acabe associando ‘gatilhos’ à droga. Isso produz o vício ”, explicou o médico.
Depressão
O autor sênior do estudo, Professor Sunjeev Kamboj, da Unidade de Psicofarmacologia Clínica da UCL explica que “A cetamina é uma droga segura e comum que está sendo explorada para vários usos psiquiátricos, incluindo depressão, enquanto outros pesquisadores também estão explorando outras maneiras pelas quais isso pode ajudar no problema de beber.
Uma vantagem do nosso estudo, juntamente com o efeito pronunciado e de longo prazo sobre o consumo de álcool, é que ele se baseia em um forte entendimento de como a droga está trabalhando no cérebro para alcançar seu efeito. ”
O estudo envolveu pesquisadores da UCL, UCLH e Universidade de Amsterdã, e foi apoiado pelo Conselho de Pesquisa Médica.
Com informações do Telegraph
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