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Motoristas de ônibus salvam passageiros durante enchente em Petrópolis
19 de fevereiro de 2022
- Rinaldo de Oliveira
Os "Carlos" foram heróis e salvaram dezenas de passageiros - Foto: Divulgação/Petro Ita
Os "Carlos" foram heróis e salvaram dezenas de passageiros - Foto: Divulgação/Petro Ita

Os motoristas de ônibus Carlos Alberto Nascimento, 52 anos, e Carlos Antônio Farias, 45 anos, estavam nos dois ônibus que foram levados pela correnteza em Petrópolis (RJ). Mesmo diante do cenário assustador, os rodoviários se uniram para tentar salvar os passageiros.

Com ajuda de moradores de um condomínio, nossos heróis conseguiram se salvar e resgatar outras dezenas de pessoas.

“Lançaram cordas em nossa direção, que foram amarradas nos ônibus e em portões, colunas e poste da via. Sendo possível começar a fazer o resgate dos passageiros, com a ajuda das pessoas do condomínio, a quem somos extremamente gratos”.

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Os mortos em Petrópolis subiram para 136 neste sábado, 19 e superam número de vítimas do deslizamento de 1988. O desastre deste ano já é um dos maiores da história do Brasil e do município, atrás apenas de catástrofe de 2011 que terminou com 918 vítimas.

Heróis

Carlos Alberto contou que conduzia o ônibus “Independência” da linha 401 e Farias estava na linha 465 – Amazonas.

A correnteza que se formou na Rua Washington Luiz, arrancou a estrutura da pista e arrastou os dois ônibus da empresa Petro Ita para o rio.

Imediatamente, os profissionais acionaram a alavanca de emergência dos coletivos, fazendo com que as janelas fossem retiradas, proporcionando a saída de alguns passageiros com a ajuda de rodoviários que estavam no ônibus, através de uma corda lançada por pessoas em um condomínio na região.

“Com o impacto da queda, a força da água balançou o ônibus, fazendo com que os veículos começassem a ser arrastados, não sendo possível salvar mais ninguém”.

“Eu só queria salvar todo mundo. Só isso”

Infelizmente, com a força da água e a agilidade que os ônibus foram consumidos pela enchente, não foi possível salvar a todos.

Carlos Alberto e Carlos Antônio Farias se emocionam e lamentam muito quando lembram que algumas pessoas ainda ficaram para trás.

“Eu não sei quem é o pai daquele menino que eu não consegui pegar. Mas, ele pode estar certo de que a dor que está sentindo é a mesma que eu estou. Eu só quero que Deus conforte muito a família. Aquela criança era tudo o que eu queria ter segurado”, disse Nascimento.

Retorno ao trabalho

Os dois motoristas voltaram ao trabalho nesta quinta-feira (17). Mesmo abalados, eles reconhecem a importância que têm para os moradores de Petrópolis.

“Muitas pessoas dependem dos ônibus. Vários motoristas não conseguiram voltar ao trabalho. A população depende de nós”, lembraram nossos heróis.

Com informações de CNN

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