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Vacina protege macacos conta Aids: 8 meses
20 de fevereiro de 2015
- Bruno M.

Foto: AFP
Macacos totalmente protegidos contra o vírus do HIV.
Esse foi o resultado de um teste de uma nova vacina contra a Aids, que deixou a comunidade científica animada.

Uma substância de combate à doença, desenvolvida por uma equipe americana, se mostrou eficaz durante vários meses nos macacos, abrindo a perspectiva para um tratamento de efeito prolongado contra o HIV.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18) pela revista Nature. 

“Desenvolvemos um inibidor muito poderoso e de espectro muito amplo que atua sobre o HIV-1, ou seja, o principal vírus da Aids presente no mundo”, explicou à AFP Michel Farzan, um dos cientistas que coordenou os experimentos.

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Este composto denominado eCD4-Ig oferece uma “proteção muito, muito forte” contra o HIV, explicou.

Teste
O teste realizado com macacos mostrou que a substância, injetada apenas uma vez, era capaz de proteger durante ao menos oito meses do equivalente da Aids para os macacos. 

Para garantir o efeito prolongado, o eCD4-Ig foi associado a um vírus de tipo adeno-associado (AAV), inofensivo, mas capaz de introduzir-se nas células e fazer com que produzam indefinidamente a proteína protetora, capaz de criar um efeito anti-Aids de longa duração.

Após o tratamento com o coquetel, os macacos foram submetidos a doses da versão símia da Aids (SHIV-AD8).

Nenhum animal desenvolveu a infecção, ao contrário dos macacos não tratados com eCD4-Ig e utilizados como ‘grupo de controle’.

A substância desenvolvida é fruto de vários anos de pesquisa, realizada principalmente pelo Scripps Research Institute, um centro de pesquisa sem fins lucrativos com sede na Flórida e financiado pelo instituto público de pesquisa americano, especializado em doenças infecciosas NIAID. 

Proteção
Os resultados publicados nesta quarta-feira na Nature mostram uma proteção eficaz durante pelo menos 34 semanas, ainda na presença de doses de SHIV quatro vezes superiores às que foram suficientes para infectar os macacos do ‘grupo de controle’.

O experimento será apresentado durante uma grande conferência anual em Seattle (Estados Unidos) na próxima semana. 

“Demonstraremos que estes macacos continuam protegidos contra doses de 8 a 16 vezes superiores à dose infecciosa, mais de um ano depois do tratamento”, afirmou Farzan à AFP.

“Certamente precisamos de novos estudos, tanto nos macacos como nos seres humanos, antes da possibilidade de testes em grande escala”, insistiu Farzan. 

A doença
Desde 1981, quase 78 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV, que destrói as células do sistema imunológico e deixa o corpo exposto a tuberculose, pneumonia e a outras doenças. 

Trinta e nove milhões de pessoas morreram vítimas da doença, segundo estimativas da ONU.

Os medicamentos antirretrovirais desenvolvidos em meados da década de 1990 podem tratar a infecção, mas não conseguem curá-la nem prevenir a doença. 

O tratamento é para a vida toda e tem efeitos colaterais.

Para muitos sistemas de saúde, o custo dos tratamentos se tornou muito caro e pesa de maneira considerável nos orçamentos.

Com informações da Uol e AFP

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